Bombeiro de Tangará segue internado em UTI

Valmir Bezerra de Jesus, bombeiro da 3ª Companhia de Tangará da Serra (239 km ao médio norte), continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Rosa em Cuiabá e voltou a ser sedado. Está respirando com ajuda de aparelhos e se alimenta por meio de sonda.

Cristiane esposa de Valmir, disse que de acordo com as informações dos médicos, ele está com 80% das funções dos pulmões comprometido, por isso, continua respirando com ajuda de aparelhos. Apresentou sensível melhora nesta sexta-feira (08.04), com 1% das funções dos pulmões restabelecidas, sem febre. Essa sensível melhora significa que os pulmões estão reagindo ao tratamento do quadro infeccioso que apresenta.

Continua realizando hemodiálise, um procedimento necessário para garantir uma recuperação, porém se apresenta debilitado. Um exame dos componentes que Valmir teria inalado e inspirado aguarda por resultado e deve ser concluído nos próximos oito dias. Parte dos resultados da inalação foi concluída e apresentou presença de um componente químico ‘brodifacoum’, utilizado como raticida. A análise da água contaminada seguiu para a cidade de São Paulo e aguarda conclusão.

O quadro clínico continua estável. O procedimento de sedação serve para controlar as fortes emoções seguida de nervosismo e agitação e para o aumento da dosagem de medicamentos. Não existe uma data provável para a saída de Valmir da UTI, vai depender da resposta que ele apresentar ao tratamento. “Foi cogitado que ele poderia ficar por mais trinta ou sessenta dias, torcemos por trinta ou até menos”, declara Cristiane.

O Caso

No dia 25 de março, uma equipe de bombeiros foi solicitada para realizar o resgate de duas pessoas que ficaram presas num poço de um silo de produtos agrícolas de uma beneficiadora de arroz no município de Tangará . Ao descer no poço com todo o equipamento individual de salvamento, o soldado Valmir escorregou e ao cair bateu a cabeça em uma viga de concreto, no fundo existia água e gases resultantes da fermentação com a mistura do arroz, Valmir acabou inalando gases e inspirando um pouco de água. No poço estavam duas vítimas, uma estava inconsciente e a outra sufocada pela falta de ar.

Logo atrás, vinha o cabo Silveni e o sargento Rampim. O cabo desceu amarrado e seguro pelo sargento, chegou ao fundo e fez a retirada das duas vítimas inconscientes, por último fez a retirada da vítima consciente que estava sufocada. Apavorada a vítima agarrou a mascara facial de proteção respiratória que acabou saindo da face de Silveni que em seguida sentiu mal, mas conseguiu fazer o resgate.

Eles foram levados para a Unidade Mista de Saúde, no período da tarde foram liberados pelo médico. De acordo com a equipe médica, Valmir teve duas paradas cardiorrespiratórias.

A remoção das vítimas do local foi executada pelas guarnições da Companhia e por uma equipe do Samu para a Unidade Mista de Saúde, lá ele teve mais duas paradas. Por isso, foi feita uma traqueostomia (orifício na base do pescoço para respiração) e encaminhado para a UTI do Hospital das Clínicas local.