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Economia
Quarta - 13 de Abril de 2011 às 08:17
Por: Vívian Lessa

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Diferença de valores do bacalhau oportuniza os consumidores a optarem por uma marca ou outra
Diferença de valores do bacalhau oportuniza os consumidores a optarem por uma marca ou outra
Muita gente sabe os impostos abocanham boa parte do preço dos produtos. O que poucos têm conhecimento é que em alguns casos, o percentual ultrapassa metade do valor pago nos supermercados e lojas. Em plena Quaresma e a poucos dias da Páscoa, as mercadorias típicas deste período não passam despercebidos e quando o índice de impostos é divulgado, surpreende consumidores.

O vinho, por exemplo, tem 54,73% de carga tributária embutida no valor cobrado nas prateleiras. Na lista aparecem ainda o bacalhau (com 43,78% de impostos) e o ovo de chocolate (38%). A tributação atinge até mesmo os produtos de pequenos valores, como é caso dos laços (34%) e o coelhinho de pelúcia (29,92%). As informações constam no levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Os dados apontam que o consumidor pagará caro pelos produtos alusivos à Páscoa em função dos altos tributos que incidem sobre eles.

Só para se ter uma noção de quão alta é a carga de impostos brasileiura, a arrecadação o valor pago pelos brasileiros nos 3 primeiros meses deste ano chegou a R$ 2,2 bilhões, segundo o Impostômetro, calculado pelo IBPT e pela Associação Comercial de São Paulo. Com esse valor seria possível pagar cerca de 4,377 milhões salário mínimos ou construi mais de 2,232 mil quilômetros de asfalto. A previsão do Impostômetro é que ao fim deste ano sejam recolhidos R$ 9 bilhões em tributos, cujo volume será 25% superior ao que foi registrado em 2010, de R$ 7,2 bilhões.

O diretor regional do IBPT, Darius Canavarros, explica que os produtos alcóolicos possuem tributação mais elevada que as demais bebidas. Além disso, acrescenta que os alimentos poucos tradicionais na alimentação dos brasileiros, como é o caso do bacalhau que é mais consumidor na Semana Santa, também sofrem com carga mais elevada. Ele afirma que a tributação permanece alta para o bolso do contribuinte independentemente do produto e da época do ano em que é adquirido.

Canavarros alerta que o consumidor continua pagando caro porque desconhece o percentual de tributos incidente sobre os produtos. "Um exemplo clássico é na compra do carro zero, cujos impostos já estão embutidos e consumidor não percebe isso. Mas quando vai pagar o IPVA a diferença é sentida de imediato no orçamento familiar". Ele afirma que o acesso aos valores dos tributos deveria ser especificado em cada produto, assim como acontece em países desenvolvidos.

A médica veterinária, Josélia Gomes da Silva, 56, conta que a alternativa para não perder mais no pagamento dos impostos é correr atrás de promoções. "Acaba compensando o gasto". Conforme ela, nas ofertas de pague 1 e leve 2 a cobrança dos impostos recai sobre apenas uma unidade. Uma outra forma, diz Josélia, é reduzir o consumo.

A estudante Carolina Lima diz desconhecer a quantidade de tributos paga. "Não temos essa informação de fácil acesso e é por isso na maioria das vezes não levamos em conta o que pagamos aos cofres públicos". Para ela, o governo poderia reduzir a carga tributária a fim de incentivar mais o consumo dos produtos.

Bacalhau - O consumo de peixes na Semana Santa aquece o comércio de Mato Grosso. A expectativa dos estabelecimentos é aumentar em cerca de 20% as vendas deste ano em relação ao resultado obtido no ano anterior. O bacalhau é um dos produtos mais consumidos nesta época, mas pode perder espaço para outros tipos de pescados. O motivo é o alto preço cobrado pelo produto, que pode chegar a R$ 70 (quilo) nos supermercados. Uma alternativa é optar pelo pintado que custa cerca de R$ 15/kg.

A gerente regional da rede dos supermercados Comper, Izilda Maria da Silva, observa que o preço do quilo bacalhau varia de R$ 19,90 a R$ 49,90, dependendo da qualidade. Por outro lado, a sardinha, que também é muito consumida nesta época, é vendida entre R$ 2,59 a R$ 3,40. Ela afirma que a expectativa é aumentar em 20% as vendas de bacalhau e em 30% a comercialização de pescados em geral.

O hábito de comer bacalhau, para a servidora pública Regina Dock, 65, não atinge a crença mas a oportunidade de adquirir facilmente o produto nos estabelecimentos. Ela conta que o preço dos produtos não tem agradado. "Está ainda muito caro".

Na mesa da consumidora Andrelina Hungria, 47, não pode faltar o pescado nesta época do ano. Mas os valores cobrados pelo alimento poderão ser decisivos na hora de adquirir o produto. "Ainda estou pesquisando os preços. Se continuar com os valores atuais vou comprar outro tipo de pescado".





Fonte: A Gazeta

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