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Economia
Quarta - 13 de Abril de 2011 às 18:07

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em discurso nesta quarta-feira que planeja reduzir o deficit americano em US$ 4 trilhões nos próximos 12 anos.

A proposta do partido Republicano era de promover um corte de gastos do mesmo tamanho, mas em 10 anos.

Obama citou que a redução do deficit será feito com um corte de US$ 2 trilhões das despesas do Orçamento. E com a meta de reduzir em US$ 1 trilhão o pagamento de juros da dívida e o corte de US$ 1 trilhão em benefícios fiscais, principalmente para milionários e bilionários, em uma reforma do sistema de impostos.

O corte de impostos foi uma das promessas de campanha de Obama, prorrogada em dezembro como parte de um compromisso com os republicanos.

"Vamos atingir essas metas enquanto protegemos a classe média, nos comprometemos com os idosos e mantemos nossos investimentos no futuro", disse Obama, na fala sobre o corte de gastos americano.

Mais cedo, um funcionário do governo americano afirmou que esta redução será aplicada gradualmente "para proteger e reforçar nossa recuperação econômica e o mercado do emprego".

Obama afirmou, ainda, que pretende manter despesas de saúde, educação e defesa nacional.

Ele citou que o pacote de mudanças no sistema de Saúde americano irá ajudar a reduzir as despesas em US$ 1 trilhão no longo prazo.

"Para atingir nossa meta fiscal, precisamos fazer reformas. Vamos ter que fazer sacrifícios. Mas não temos que sacrificar a America que acreditamos", afirmou Obama, em uma crítica ao plano de cortes dos Republicanos. "Nós não vamos aceitar cortes que comprometam a nossa defesa nacional e os interesses americanos ao redor do mundo".

DESPESAS

Obama defendeu, ainda, o aumento do rombo nas contas públicas foi uma consequência depois da crise. Ele disse que a recessão levou os Estados Unidos a precisar tomar ainda mais dinheiro emprestado, o que permitiu que milhões de empregos fossem preservados, manteve a oferta de crédito e permitiu que as famílias tivessem algum dinheiro extra no bolso.

"Foi absolutamente a decisão correta a tomar [de aumentar os gastos e o endividamento]. Mas esses passos foram caros e aumentaram o nosso deficit no curto prazo", argumento Obama.

A projeção para o crescimento da economia em 2011 está em 2,8%. O deficit para 2011 deve chegar a US$ 1,5 trilhão. A dívida pública está hoje em US$ 14,26 trilhões.

O anúncio vem um dia depois do FMI atacar a "falta de credibilidade" dos EUA para controlar o deficit público e afirmar que o país não só está atrapalhando a consolidação fiscal das economias avançadas como é um risco para nova crise global.

O Fundo diz que o pacote de estímulos adotado em 2010 contribuirá para levar o deficit do país para 10,8% do PIB, o maior entre mercados desenvolvidos neste ano. E sugere que, pela velocidade de recuperação, já seria possível reduzir o endividamento dos EUA.

O tema vem dominando o cenário político americano nos últimos meses. Os maiores motores da dívida americana, os programas de saúde pública para idosos e pobres e a seguridade social, são exatamente as áreas em que o FMI vê os maiores desafios para o corte de gastos.

O FMI considera "essencial" que as economias avançadas iniciem o mais rápido possível um processo de redução anual dos coeficientes de endividamento para níveis "prudentes" a médio prazo.

Segundo o Fundo, as economias emergentes, por sua parte, devem utilizar os ingressos derivados da atual conjuntura propícia para restabelecer o espaço fiscal em vez de aumentar a despesa a curto prazo.






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