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Quinta - 14 de Abril de 2011 às 23:15

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Brasília (14/04/2011) - O Dia Nacional da Conservação do Solo, comemorado em 15 de abril, foi antecipado pelo Ministério da Agricultura para ampliar a discussão sobre o tema. Durante a manhã desta quinta-feira, 14 de abril, especialistas de diversas instituições brasileiras da área de pesquisa debateram a importância do uso sustentável da terra no processo produtivo agropecuário.

 “Os solos são usados com mais intensidade hoje em dia. Nas décadas de 70 e 80, ínhamos apenas as culturas de inverno e de verão. Atualmente também temos a segunda safra. A terra precisa ser tratada como um recurso não-renovável, com boas práticas aliadas a tecnologia e a sustentabilidade”, declarou o secretário da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Erikson Chandoha, na abertura do evento.

A pesquisadora Ieda de Carvalho Mendes, da Embrapa Cerrados, falou sobre o funcionamento biológico do solo e a sustentabilidade de sistemas agrícolas. Ela apresentou as vantagens do uso de bioindicadores para um controle mais rápido e eficaz do terreno. “A análise biológica da terra, juntamente com a química e física, é uma ferramenta importante para o agricultor. É importante selecionar os bioindicadores e definir os níveis críticos individuais de cada propriedade”, ressaltou.

Os gargalos e desafios do plantio direto de qualidade foi o tema da palestra de Clayton Bortolini, da Fundação Rio Verde (MT). “Não precisamos reinventar nada, é só aplicar o que já foi desenvolvido e pesquisado, ou seja, o plantio direto bem feito, com rotação, palhada e sem revolvimento do solo. O que nós precisamos é criar programas para certificar e premiar quem utiliza a técnica com eficiência, com linhas de crédito melhores e juros mais baixos para financiamento”, disse.

O produtor aposentado Herbert Bartz, um dos pioneiros do plantio direto no Brasil, tem a mesma opinião. Ele introduziu a prática no município de Rolândia (PR), em 1972, e enfrentou a resistência de muitos e a falta de equipamentos adequados até conseguir comprovar as vantagens do sistema.

“O maior desafio que temos atualmente é conseguir um pagamento pelos benefícios ambientais que o plantio direto traz para a sociedade e mudar a percepção pública dos produtores que utilizam a técnica. Os agricultores não são vilões. Temos que diferenciar aqueles que são os “fora-da-lei” daqueles que fazem um trabalho sério e com preocupação ambiental”, ponderou.

Ministério incentiva a conservação do solo

Atualmente, cerca de 61% dos terrenos do mundo encontram-se em estágios moderados e severos de degradação. Estima-se que as perdas de solo no Brasil sejam de, aproximadamente, 2,5 bilhões de toneladas (t) por ano.

Para recuperar as áreas degradadas e promover a preservação da terra, o Ministério da Agricultura desenvolve diversas iniciativas. Uma delas é Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que estimula práticas como o planto direto na palha para melhorar a produtividade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Hoje, o sistema está presente em metade do espaço agricultável do Brasil, cerca de 26 milhões de hectares (ha). Mas a meta do Ministério da Agricultura é aumentar a área em oito milhões de hectares até 2020, por meio do Programa ABC.

Outra ação do órgão é o projeto Produção Integrada de Sistemas Agropecuários em Microbacias Hidrográficas (Pisa), que incentiva a adoção de tecnologias e sistemas agropecuários sustentáveis no processo de produção e na recuperação da capacidade produtiva dos solos. (Marcos Giesteira)
 

 
 






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