Além das cerca de três toneladas de maconha apreendidas, outro objeto encontrado na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, chamou a atenção dos agentes que participaram da operação da Polícia Civil: um cassetete elétrico que seria usado pelo traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, para amedrontar e torturar seus desafetos com choques. Na operação realizada na terça-feira (19) na favela, 11 suspeitos foram presos.
A informação sobre o uso do instrumento de tortura já constava da investigação, através de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça para monitorar o criminoso e sua quadrilha.
Luxo na casa de traficante
Na operação, a polícia ainda constatou o luxo ostentado pelo traficante dentro da favela. Em sua casa, na localidade Cachopa, os agentes apreenderam um moderno home theater, com TVs de LCD, aparelhos de som importados e computadores.
“Ele consegue ter um padrão de vida alto graças aos lucros da venda de drogas e domínio de outros negócios ilegais, explorando a comunidade, como a venda de sinal clandestino de TV a cabo”, afirmou o delegado Rafael Willis, titular da Polinter, que vai concentrar as investigações nas empresas de fachadas, usadas para lavar dinheiro do criminoso.
![Home theater do Nem da Rocinha (Foto: Aluizio Freire/G1) Home theater do Nem da Rocinha (Foto: Aluizio Freire/G1)](http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2011/04/20/hometheat1_300x225.jpg)
Aparelhos eletrônicos apreendidos na casa de
Nem foram apresentados pela polícia nesta quarta
(Foto: Aluizio Freire/G1)
Segundo o delegado, o camelódromo dentro da favela, onde também foram apreendidos mídias piratas, é usado para fortalecer o faturamento do tráfico. A investigação vai utilizar análises do núcleo de lavagem de dinheiro da Polícia Civil para identificar as empresas ligadas ao traficante.
“São pequenos comércios com um faturamento muito alto”, disse o delegado. Entre os negócios suspeitos estão uma fábrica de gelo e um lava a jato.
Uma das primeiras medidas da investigação foi quebrar o sigilo fiscal e bancário dos donos das empresas. “Já verificamos que as receitas desses comércios, aparentemente legais, são incompatíveis com o patrimônio de seus donos”, acrescentou Willis.
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