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Política
Quinta - 21 de Abril de 2011 às 20:15

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A promotora de Justiça do Distrito Federal Déborah Guerner foi presa nesta quarta-feira (20) pela Polícia Federal, em Brasília, sob a acusação, entre outras, de ter tomado aulas de como simular problemas mentais. O propósito seria o de atrapalhar as investigações que ela enfrenta desde 2009 por suposto envolvimento com o escândalo do mensalão do DEM.

O marido da promotora, o empresário Jorge Guerner, também foi preso.

Na última terça-feira, Déborah Guerner foi alvo de uma nova denúncia à Justiça, de acordo com a assessoria dos procuradores regionais da República que pediram as prisões, Ronaldo Albo e Alexandre Espinosa. Ela, o marido e dois médicos de São Paulo foram denunciados pelos procuradores sob a acusação de tramarem atestados falsos de insanidade mental da promotora, o que configuraria, em tese, fraude processual. A defesa de Déborah já afirmou que ela é incapaz de controlar as próprias emoções.

Em agosto passado, segundo a Procuradoria, Déborah gravou um vídeo em sua casa no qual ela aparece recebendo oritentações, descritas como "aulas teatrais", de um médico de São Paulo. O vídeo teria sido apreendido na casa da promotora.

O nome e a especialização exata dos médicos não foram revelados.

Os procuradores também afirmam, segundo sua assessoria, que o casal planejava deixar o país, possivelmente para a Itália, a fim de escapar das investigações.

As ordens de prisão partiram do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região.

A Folha não teve acesso às evidências citadas pela assessoria da Procuradoria porque o inquérito tramita sob segredo de Justiça. O texto das ordens de prisão também não foi divulgado pelo TRF.

No início da tarde de ontem, o casal foi levado à Superintendência da PF. Déborah foi alojada numa sala com cama e ar condicionado, no COT (Comando de Operações Táticas). O marido da promotora também ficará num dos prédios do complexo da PF.

Antes de entrarem na PF, os Guerner passaram por um exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), onde entraram e saíram com os rostos cobertos. Ele, com um casaco, e ela, com uma echarpe na cabeça. Na entrada, Déborah se limitou a pedir aos jornalistas que a deixassem "em paz". Na PF, ela teria dado gritos, assim como fez durante o próprio julgamento no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), ocorrido no início de abril.

A promotora é acusada de vazar informações sigilosas da Operação Caixa de Pandora para o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa. Também é suspeita de tentar extorquir o ex-governador do DF José Roberto Arruda, que foi preso e perdeu o cargo no auge do escândalo.

Deborah e o marido são investigados ainda por suposto envolvimento em irregularidades na licitação para contratação de empresa de coleta de lixo em Brasília.

Ela responde a processos no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), na Corregedoria do Ministério Público e na Procuradoria Regional da República.

OUTRO LADO

Os advogados de Deborah e Jorge Guerner negaram que seus clientes tenham cometido irregularidades e disseram que não há justificativa para as prisões.

A defesa afirmou que não houve simulação de problemas mentais.

Sérgio Leite Fernandes afirmou que as informações sobre o suposto plano de fuga do casal "são absolutamente falsas". Ele apresentou cópias de bilhetes aéreos que mostram que o casal embarcou para Milão, na Itália, no último dia 9 e regressou ao Brasil no dia 15.

A defesa impetrou habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) pedindo que o casal seja solto.






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