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Política
Sábado - 23 de Abril de 2011 às 12:09
Por: Laura Nabuco

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O arquiteto Jaime Lerner se posicionou como mais um defensor do BRT na polêmica sobre qual será o novo sistema de transporte coletivo da Capital e Várzea Grande. Segundo ele, o sistema chega a ser ao menos 100 vezes mais barato que o VLT, defendido pelo presidente da Assembleia José Riva (PP). "Não se pode pensar num transporte com preços altos, que será, portanto, elitizado", alerta o especialista em trânsito, que já foi prefeito de Curitiba por três vezes, governador do Paraná por dois mandatos e prestou diversas consultorias a Wilson Santos (PSDB) durante o tempo em que esteve à frente da Cuiabá.

Ele ressalta que para um bom funcionamento é preciso criar canais exclusivos para o modelo, o que evita atrasos e melhora o trânsito como um todo. Além disso, as linhas precisam ter uma frequência boa, para reduzir o tempo de espera e evitar a superlotação. Estações elevadas no mesmo nível dos veículos e um sistema de pagamento de passagens antecipado também agilizam o embarque e desembarque. Outra questão que Lerner observa é quanto a integração entre o novo modelo e os mais de 500 ônibus que já circulam nas duas cidades.

O BRT é defendido pelo presidente interino da Agecopa Yênes Magalhães, mas se tornou alvo de uma polêmica quando Riva apresentou ao governador Silval Barbosa (PMDB) diversos estudos de viabilidade do VLT. Por meio desses dados, o progressista tenta provar que o BRT acabaria ficando obsoleto num curto espaço de tempo, o que resultaria em mais gastos para o governo com a renovação da frota, por exemplo. Ele argumenta ainda que o VLT demandaria menos desapropriações de imóveis, por ocupar uma área menor que o BRT e que a capacidade de transporte de passageiros do VLT é maior.

Lerner, por outro lado, destaca que VLT não é mais rápido que o BRT, apenas mais confortável e com movimentos mais suaves, visto que anda sobre trilhos e não depende totalmente da habilidade de um condutor. A quantidade de passageiros que cada um transporta, segundo ele, também é semelhante, assim como o espaço que eles ocupam. "A velocidade média do BRT é de 27 km/h a 35 km/h nas linhas expressas. O VLT tem velocidade média em torno de 20 km/h", explica.

A decisão sobre qual dos modelos será implantado está nas mãos agora do ex-secretário-chefe da Casa Civil Éder Moraes, que assumirá oficialmente o comando da Agecopa nesta segunda (25). O novo presidente da Agência pondera que, antes de tomar qualquer decisão, precisa estudar bem os dois sistemas para definir qual será o melhor à população.





Fonte: RD News

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