Wikileaks divulga documentos secretos sobre abusos em prisão de Guantánamo
O site Wikileaks divulgou na noite de domingo uma série de documentos secretos do Pentágono que revelam que o governo dos Estados Unidos usou a prisão de Guantánamo ilegalmente para obter informação de seus reclusos, independentemente do fato de serem suspeitos ou não.
As milhares de páginas dos mais de 700 documentos do Pentágono divulgados revelam que ao menos 150 dos presos em Guantánamo eram afegãos e paquistaneses inocentes, incluindo motoristas, agricultores e cozinheiros, que foram detidos durante operações de inteligência em zonas de guerra.
Muitos destes permaneceram presos durante anos devido a confusões de identidade ou simplesmente por terem estado no lugar errado na hora errada.
De acordo com os documentos vazados, os EUA criaram na prisão de Guantánamo "um sistema policial e penal sem garantias no qual só importavam duas questões: quanta informação se obteria dos presos, embora fossem inocentes, e se podiam ser perigosos no futuro".
Os documentos revelam também que 130 dos 172 prisioneiros que deixaram a base de Guantánamo eram considerados "de alto risco" e uma suposta ameaça para os Estados Unidos e seus aliados.
No entanto, foram libertados sem terem sido reabilitados ou com a supervisão necessária.
Inclusive, um terço dos 600 detidos sob a presidência de George W. Bush, vários dos quais foram transferidos a países aliados, também eram catalogados como "de alto risco" antes de serem postos em liberdade ou entregues a outros governos.
O governo do presidente Barack Obama, que deixou sem um prazo definido sua promessa de fechar a prisão de Guantánamo, qualificou como infeliz a revelação dos documentos secretos e defendeu seus esforços e de seus antecessores por "atuar com cuidado extremo e diligência" na transferência de presos.
Com a France Presse
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