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Cidades
Segunda - 25 de Abril de 2011 às 22:19

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O alto índice de mortalidade infantil nas aldeias indígenas de Campinápolis (658 km a leste de Cuiabá) fez com que a prefeitura decretasse situação de emergência no município. O decreto foi publicado nesta segunda-feira (25) no Diário Oficial e terá vigência de 90 dias. Houve uma prévia inspeção da Superintendência Estadual da Defesa Civil na Aldeia e foi constado a veracidade dos fatos. De acordo com o secretário municipal de saúde do município, João Ailton Barbosa, neste ano já morreram 35 crianças indígenas, número superior ao registrado durante todo o ano passado quando 34 crianças menores de 1 ano faziam parte dos 70 óbitos de indígenas na região, confirmados na ocasião pela Secretaria Municipal de Saúde.

Secretário João Ailton, explica ainda que a maior parte dos casos começa com diarréia, resfriados e pequenas infecções. O principal motivo das mortes seria que as crianças ficam doentes na aldeia e por conta da distância e do difícil trajeto entre o município e a aldeia, elas são levadas para a cidade quando já estão em situação muito grave.Segundo o secretário ainda, a saúde do município não tem estrutura para reverter os quadros clínicos dos pequenos indígenas.

Representantes da Força Nacional estão na aldeia para diagnosticar os problemas e encontrar uma solução para o problema e diminuir as mortes, já que em 2011 já foram registradas 35 mortes e no ano passado foram 72 mortes de crianças indígenas. Agora a tarde o secretário seguiu para aldeia e para fazer contato como a Força Nacional também checar pessoalmente a atual situação.

Situação: Nas aldeias indígenas da etnia Xavante a falta de alimentação, higiene e salubridade continuam causando a mortes. A situação dos mais de 7 mil índios, que moram em aldeias na reserva do Parabubure, localizada em Campinápolis é grave e tende a piorar, já que há dificuldade no transporte e a umidade das casas pode causar acréscimo nos registros de pneumonias.

Ele conta que os Xavantes não possuem fonte de renda e o dinheiro das famílias vem de aposentadorias e benefícios federais, como o Bolsa Família que tem cerca de 800 estudantes cadastrados dentro da reserva.

A condição faz com que a alimentação seja precária. Há dias em que os índios ficam sem nenhum tipo de comida e precisam recorrer aos demais membros da aldeia em busca de ajuda. Ailton relata que a Fundação Nacional do Índio (Funai) fornece algumas cestas básicas, mas o abastecimento não é constante. Outro problema é a falta de recursos para o transporte. A distância entre a reserva e o centro urbano é de aproximadamente 120 km, mas não há veículos disponíveis e os indígenas procuram ajuda na Prefeitura. O tempo é um obstáculo grande para a assistência.

Higiene - Parte das aldeias pega água para beber e cozinhar dos córregos, que muitas vezes estão contaminados. Ailton relata que alguns poços artesianos foram construídos, mas não atendem a todas as famílias.

Atualmente, são mais de 105 aldeias e o número aumenta toda semana. Ele conta que as famílias costumam sair das aldeias maiores para fundar novas. Os locais escolhidos são de difícil acesso e conforme o secretário não há condições da Prefeitura levar os serviços sanitários em todos os pontos, até porque a atribuição não é da administração municipal.

As casas também ficam úmidas com as chuvas e as infiltrações geram problemas respiratórios e de infecções. Ailton lembra que os índios eram atendidos por uma organização não governamental, que teve o contrato encerrado em agosto do ano passado. Desde então, a reserva ficou sob responsabilidade do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), instalado em Barra do Garças (509 km ao leste de Cuiabá).




Fonte: A Gazeta

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