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Internacional
Quarta - 27 de Abril de 2011 às 14:54

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Quando o príncipe William, filho mais velho da princesa Diana, disser o "sim" na sexta-feira para sua namoradinha da universidade, Kate Middleton, dará mais um passo no caminho para se tornar rei.

William superou o trauma da morte da mãe aos 15 anos para se transformar na maior esperança da família real britânica no século XXI.

Pesquisas de opinião mostram que a maior parte do público gostaria que o jovem de 28 anos, segundo na linha de sucessão ao trono, sucedesse a avó Elizabeth II no lugar do pai, o príncipe Charles.

Embora isto seja altamente improvável, dá uma boa ideia da popularidade de William: enquanto Charles é tradicional, rígido e cercado de assessores reais, seu primogênito conseguiu, até este ponto, levar uma vida relativamente normal para os padrões da realeza.

"William cozinha, faz sua própria cama. Ele se comporta como uma pessoa normal e parece gostar disso", afirma o escritor Penny Junor, especialista na família real, que está terminando uma biografia sobre o príncipe.

"Ele é um garoto muito bom, um sujeito muito transparente. Ele não é particularmente empolgado com a vida de realeza. Preferiria muito mais que as pessoas o chamassem de William, ao invés de vossa alteza real", garante.

Nascido em 21 de junho de 1982, menos de um ano depois do casamento dos pais, William e seu irmão, Harry, tiveram uma infância preenchida pelo espírito divertido e pela ternura da mãe, em grande contraste com a maneira como o pai foi educado.

Obcecada em manter os garotos longe da atmosfera rarefeita do palácio e o mais próximos possível de uma vida normal, ela os levava para parques de diversão e fazia com eles visitas secretas a instituições para desabrigados.

"William teve uma criação muito mais normal do que seu pai", diz Junor à AFP. "Sua mãe sabia o que era ir ao cinema, a uma feira livre ou a um restaurante, e o apresentava aos amigos dela".

Após a separação de seus pais, os dois príncipes precisaram lidar com a superexposição de Diana na mídia, e pouco depois, com sua morte súbita.

A cena é inesquecível para o público britânico: os dois garotos, ainda adolescentes, acompanhados do avô, do pai e do tio, Earl Spencer, irmão de Diana, liderando o cortejo fúnebre logo atrás de seu caixão, no caminho até a Abadia de Westminster - onde, na sexta-feira, William se casará.

Ironicamente, foi o trágico acidente fatal de Diana em 1997, em Paris, que permitiu a William crescer em relativa paz, com a trégua concedida pela voraz imprensa de tabloides britânica.

Seu pai fechou um acordo com os editores dos jornais, sob o qual William e Harry não seriam perturbados. Em troca, poderiam marcar com eles sessões de foto programadas - menos invasivas. Mesmo assim, o príncipe ainda hoje carrega um certo ressentimento com a mídia.

O príncipe estudou na tradicional escola Eton, frequentada pela elite inglesa. Depois de se formar, passou um ano na África e acompanhando o exército em Belize, mas seu maior prazer foi trabalhar em uma fazenda de laticínios no sudeste da Inglaterra.

Em seguida, William matriculou-se na Universidade Saint Andrews, na Escócia, conhecida como a Oxford do norte. Lá conheceria a futura esposa, com quem começou a morar junto ainda na época das aulas. Juntos há oito anos, separaram-se brevemente em 2007, mas logo reconciliaram-se.

Consciente, talvez, de sua posição na linha de sucessão, William tenta a todo custo evitar potenciais polêmicas, como as que envolveram seu irmão algumas vezes.

Quando Harry foi a uma festa à fantasia em 2005 vestido como um oficial nazista, provocando uma pequena crise para a realeza, William - que também havia sido convidado - tinha se fantasiado de um inofensivo leão.

Andrew Morton, autor do livro "Diana: sua verdadeira história", que revelou a extensão da infelicidade que cercava a vida da "princesa do povo", comenta que, segundo suas fontes do palácio, William sabe o que quer e tem opiniões próprias.

"Um dos grandes problemas de lidar com William é saber como dizer não a ele. Ele sabe que a família real cometeu erros no passado, mas acha que seu julgamento é o melhor", indica Morton.

"E, de maneira geral, ele tem estado sempre certo", acrescenta.

Alistando-se no exército, William decidiu seguir um bem trilhado caminho real, unindo-se aos oficiais da escola de Sandhurst antes de escolher tornar-se piloto de busca e resgate da Royal Air Force.

Pouco a pouco, a família real tem aumentado suas funções públicas. No ano passado, por exemplo, ele embarcou em sua primeira viagem oficial para fora do Reino Unido, indo à Austrália e à Nova Zelândia, onde foi calorosamente recebido novamente este ano, quando retornou.

O especialista em relações públicas Max Clifford acredita que o público britânico já aceitou William e sua futura mulher.

"As pessoas o veem como o filho de sua mãe. Então todos os fãs de Diana são seus fãs", explica.

gj/ap






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