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Política
Quinta - 28 de Abril de 2011 às 06:48
Por: ITIMARA FIGUEIREDO

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Com perfil municipalista, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP), tem sido defensor ferrenho de que a escolha do novo meio de transporte deve ser feita mediante audiência pública. Ele garante que essa será a melhor forma de ouvir a opinião da população sobre qual modal que melhor atenderá a demanda de Cuiabá e Várzea Grande. Para certificar de que veículos sobre trilhos são mais vantajosos em relação do Bus Rapid Transit (BRT), Riva fez questão de conhecer “in loco” o metrô do Porto, em Portugal, e passa este fim de semana no país europeu. Abaixo, entrevista que concedeu nesta quarta-feira (27), durante sessão plenária na AL.

A escolha do BRT ou VLT ganhou grande repercussão nos últimos meses. E, agora, o Governo do Estado cedeu mais um pouco e quer conhecer outros modelos. Qual expectativa em relação às reuniões em Portugal?

Vamos a Portugal exatamente com o intuito de conhecer os modelos que têm na Europa. São muitas as afirmações de que o BRT está entrando em desuso em algumas cidades europeias, especialmente, em Portugal, França e Espanha. Também é uma oportunidade de manter contato com empresas que querem investir em Mato Grosso. Recentemente, recebemos um empresário português que se propôs a fazer quatro presídios de grande capacidade no Estado. O governo tem que conversar e abrir um processo de licitação para firmar Parcerias Público Privadas (PPP´s). O estado tem que buscar alternativas. Nossa capacidade de investimento é muito pequena perto das demandas. Será uma viagem curta e oportuna.

Mas, isso não seria lobby?

Não posso aceitar a imposição do BRT e muito menos do VLT. Temos que abrir o debate e ouvir a sociedade. Acho estranho que, quando começo a fomentar esse debate, sou criticado. Não posso aceitar ser carimbado de fazer lobby, de ter interesse. Até porque se tivesse algum interesse, defenderia um determinado modelo. O que defendo é o veículo sobre trilhos, seja ele qual for, VLT, DMU ou Monotrilho. Se ficar constatado que não dá para implantar nenhum desses, que seja implantado o mais viável. Mas, antes, tenho que ser convencido. E pra isso, preciso conhecer e ter estudos em mãos. Infelizmente, o da viabilidade não foi feito. Não quero proteger ninguém, quero proteger o cidadão de Cuiabá e Mato Grosso, que é o estado que escolhi para morar.

Curitiba, que é precursora do sistema BRT, já convive com o problema do sistema defasado. No entanto, o senador Blairo Maggi o defende veementemente. Qual a sua avaliação sobre isso?

Respeito à posição do senador Blairo Maggi. Mas, acho que ele perdeu uma grande oportunidade de implantar um modelo moderno aqui em Mato Grosso, quando há três anos apresentei um estudo superficial do VLT, feito na época da gestão do então prefeito de Cuiabá, Roberto França. Pedi ao governo que fizesse o estudo de viabilidade. Mas, infelizmente não consegui convencê-lo. Assim como também não convenci muitas pessoas que poderiam contribuir naquele momento. Até tentamos fazer por conta própria, mas não foi possível pelo custo elevado de aproximadamente R$ 800 mil. Logicamente, não tem como bancar este valor do próprio bolso. Maggi pecou por não oportunizar os estudos de viabilidade. Agora vem falar que não dá tempo? Tenho todo respeito pelo senador, mas nesse aspecto ele está sendo incoerente.

Faltou diálogo?

Com certeza. O governo deveria ter oportunizado um debate mais aberto, com a participação da sociedade e presença de técnicos do BRT, VLT e monotrilho. Estamos nessa discussão. Mas, o usuário foi consultado? O que ele quer? Será que está sendo bem atendido pelo sistema atual? É a mesma questão da Saúde. Podemos questionar a forma como o secretário Pedro Henry está implantando o sistema de gestão das OSS (Organizações Sociais de Saúde). Mas, jamais as intenções, que é de melhorar porque realmente existe um caos na Saúde e algo tem que ser feito.

A mobilidade urbana se tornou um grande entrave?

O critério da escolha do transporte público não deve ser apenas em função da Copa do Mundo. Esse é o erro. Não adianta ficarmos pensando somente em Copa do Mundo, pra daqui a dois ou três anos desativar o sistema. Ainda teremos que dizer: não deu certo porque foi implantado às pressas para a Copa. E, agora, precisamos buscar outro modelo. É preferível enfrentarmos todas as dificuldades neste momento e implantar um modelo permanente, que daqui a 30 anos continue sendo útil.

Quais as principais vantagens entre VLT e BRT?

Uma delas é que o VLT pode ser acoplado conforme o aumento populacional, basta colocar mais vagões. Já para o BRT é necessário mais pista. Não podemos fazer como na Colômbia que já tem quatro BRT´s, um ao lado do outro. Só que a rua de lá tem 50 metros de largura, aqui não temos isso. É preciso ter, no mínimo, bom senso para abrir aos debates.

 






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