Apesar da perspectiva positiva do estudo, nesta terça-feira, a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, disse que a geração de empregos deve recuar neste ano, na comparação com o ano passado, quando, segundo dados do Ministério do Trabalho, foram geradas 2,52 milhões de vagas com carteira assinada - recorde histórico.
"O crescimento [da economia] vai continuar gerando empregos. Não no mesmo patamar do ano passado, mas ainda em um patamar alto. Em muito setores da economia, podemos considerar que haverá pleno emprego. Os desafios são educação, ensino técnico e qualificação da mão de obra", declarou ela durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
De acordo com o Ipea, o setor que mais deve gerar empregos no ano é o de comércio e reparação, com mais de 546 mil novos postos de trabalho, seguido pela indústria, com mais de 503 mil novas ocupações, e da construção civil, com 168 mil novos empregos. Juntos, esses três setores devem responder por 73% do total de vagas geradas.
“Na contramão, observam-se os setores da administração pública e agrícola com potencial de apresentar saldo negativo na geração de empregos”, diz o Ipea em nota.
O estado de São Paulo deverá liderar a criação de vagas, com 523 mil novos postos de trabalho. Na outra ponta, o Acre deverá ficar na “lanterna”, com 304 empregos novos.
Sobra de mão de obra
O Ipea projeta, para este ano, uma oferta de 22,1 milhões de trabalhadores de trabalhadores com qualificação e experiência profissional, em um universo de 28,2 milhões de trabalhadores disponíveis.
Com a demanda potencial de 21 milhões de ocupações, “o Brasil deverá seguir com significativo excedente de força de trabalho, longe ainda do que se poderia esperar como pleno emprego global da mão de obra”, diz o instituto.
Pelas estimativas, somente o estado do Maranhão poderá registrar déficit global de mão de obra qualificada. Entre os setores, pode haver déficit na indústria. “Por outro lado, todos os estados da federação, salvo Bahia e Mato Grosso do Sul, tendem a oferecer algum setor econômico com problemas de contratação de trabalhadores qualificados.
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