Durante debate sobre o regimento, Fernandes e Deucimar trocam farpas
O debate em torno de possíveis inconsistências e irregularidades existentes no Regimento Interno da Câmara de Cuiabá, aprovado a toque de caixa no final do ano passado, fez o clima ficar tenso entre os vereadores Antônio Fernandes (PSDB) e Deucimar Silva (PP), que chegou a ameaçar o tucano.
Insinuou que ele é covarde e depois disse ter “armas” contra Fernandes. “Tenho bala na agulha, pode vir”, disparou Deucimar, da tribuna. As afirmações provocaram a ira do colega de parlamento, que promete até reabrir uma denúncia feita contra o ex-presidente. “Bala na agulha que eu sei é revolver”, reagiu. Depois ressaltou que preferiu ficar no plenário com medo de Deucimar. "Se eu sair ele pode me matar lá fora", frisou.
Esta não é a primeira vez que os dois se desentendem. O tucano lembra que no final do ano chegou a representar Deucimar junto ao Juizado de Pequenas Causas e que na oportunidade, o progressista foi proibido, durante seis meses, de o instigar e o ameaçar, sob pena do processo ser reaberto. “Vou buscar cópia do processo e quero que a Mesa Diretora comunique a juíza de que voltou a acontecer”, afirmou, da tribuna.
Desta vez, Fernandes classificou como inadequado o vocabulário de Deucimar, que na sua ótica, incorreu em quebra de decoro parlamentar. “Ele tem que se dirigir a mim: ao senhor e vossa excelência, está escrito no Regimento, mas ele me chamou de covarde, faltou com ética” argumentou o tucano. Logo em seguida, Fernandes acusou o progressista de ter faltado com a verdade em plenário ao afirmar que ele também aprovou o novo Regimento Interno. “Quebrou o decoro parlamentar. Vereador não pode mentir em nenhum lugar”, ponderou, reforçando que foi contrário a proposta.
No início do ano a Câmara criou uma comissão para reformular o Regimento Interno. Tido como presidencialista, o texto passará por alterações e tem provocado duros embates entre Deucimar e Fernandes. A mensagem foi aprovada pouco antes do final do mandato de Deucimar e o progressista pressionou o grupo do sucessor, vereador Júlio Pinheiro (PP), a aprovar a mudança. Caso contrário, sancionaria a nova Lei Orgânica que altera a posse do presidente de janeiro para fevereiro. “Ele pressionou os outros vereadores. Eu fui na tribuna, denunciei e votei contra, falei que eu ia esperar publicar e ia entrar na Justiça”, pontua.
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