Delegado afirmou que dupla decidiu parar o primeiro cliente com uma S-10, que seria vendida
Travesti queria dinheiro para implante de silicone
A trama que resultou na morte do empresário Martim Pompeu de Barros tinha um único objetivo: o travesti Huanderson Barbosa Moura, de 18 anos, conhecido como "Sandy", iria usar o dinheiro da venda da S-10 para colocar silicone nos seios. O automóvel seria repassado a um boliviano, que pagaria R$ 5 mil.
A informação é da Polícia Civil. Segundo os delegados Antônio Carlos Garcia e Silas Tadeu Caldeira, o travesti e seu cúmplice, Rômulo Victor Cardoso de Melo, de 20 anos, planejaram abordar o primeiro cliente que chegasse com uma S-10. O travesti fazia ponto na região de prostituição conhecida como "Zero Quilômetro", em Várzea Grande. Os assassinos afirmaram que não conheciam o empresário.
O travesti e seu parceiro, então, planejaram o crime. Através de um farmacêutico, que também está sendo investigado, o jovem comprou um medicamento chamado Carnazepam. O remédio causa sonolência e funciona como um sedativo. Depois de entrar com o cliente no motel "Classe A", "Sandy" colocou o medicamento na cerveja que a vítima bebeu.
Depois que a vítima dormiu, Sandy imediatamente acionou o comparsa, que chegou no motel com um moto-taxista. Rômulo asfixiou a vítima com um travesseiro. Depois disso, os dois colocaram o corpo no carro e o jogaram na região do Barreiro Branco, onde foi localizado no início da manhã.
Ao jogar o corpo, a Polícia suspeita que os assassinos tenham ferido a cabeça da vítima.
A próxima etapa do latrocínio foi levar a caminhonete para o CPA 3, nas proximidades da casa onde os dois criminosos moravam. O combinado era de que o boliviano, que pagaria R$ 5 mil pelo veículo, pegaria a S10 por volta das 8 horas da manhã de ontem, o que não aconteceu. A Polícia prendeu os dois latrocidas por volta das 22 horas de ontem. Na casa deles foram encontradas drogas e o aparelho celular do empresário.
"Então, nesse momento, já tínhamos materialidade suficiente para fazer a prisão por tráfico de drogas e pelo latrocínio", explicou o delegado Silas Caldeira, da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos, que também participa das investigações junto com a DHPP.
Investigação
A investigação começou com a análise do caminho percorrido pela picape durante a noite. O veículo possuía um sistema de rastreamento via satélite, que foi crucial para a elucidação do crime. Depois de descobrir que o carro tinha passado horas na região do Posto Zero Quilômetro, em Várzea Grande, policiais civis ouviram moradores e comerciantes da região.
Foi aí que a Polícia descobriu que a caminhonete havia entrado no motel que fica nos arredores do ponto de prostituição. A gerência do estabelecimento forneceu imagens do circuito interno de TV, que confirmaram a entrada da picape no local. Com depoimentos de testemunhas, eles conseguiram chegar ao casal.
Segundo o delegado Garcia, a investigação foi um trabalho em conjunto com a Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículo onde foi realizado flagrante, que terminou, por volta das 3 horas da madrugada. "Acreditamos que o crime esteja solucionado", frisou.
O farmacêutico e o moto-taxista que participaram da ação também podem ser responsabilizados. Entretanto, a Polícia fará novas diligências para saber se houve efetivamente participação deles no planejamento e execução do crime.
Comentários