Mato Grosso no cenário internacional do agronegócio
O diretor geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), o engenheiro agrônomo André Nassar, falou sobre o cenário futuro da agricultura mundial dentro da programação do Circuito Aprosoja no município de Sinop, localizado ao Norte de Mato Grosso. Ele destacou a expansão do Mato Grosso no comércio internacional. Isso se deve, segundo o palestrante, de políticas públicas de abertura de mercados, por exemplo, a tomada de tomada pelo governo chinês em abrir seu mercado para a carne suína brasileira.
Com a decisão, o Brasil venderá o produto pela primeira vez aos chineses. Além disso, as palestras têm oferecido informações sobre o mercado da soja e outros pontos importantes para o planejamento da safra 2011/2012. Segundo o engenheiro agrônomo, o mundo moderno espera que produção agropecuária cumpra com novas exigências que estejam ligadas à sustentabilidade e o bem estar animal. Segundo as projeções da Organização Mundial para Agricultura e Alimentos (FAO), até 2030 o mundo precisará, para atender à demanda, produzir mais 48% de carne bovina, 47% de carne suína, 55% de carne de frango, 60% de açúcar, 19% de arroz, 30% de milho e 49% de soja, em relação ao que produz hoje.
Até 2030 o Brasil deverá exportar mais 81% de carne bovina, 56% de carne suína, 122% de carne de frango, 66% de açúcar, 15% de arroz, 108% de milho e 140% de soja, em relação ao que exporta hoje. Com exceção do arroz, em todos os produtos o crescimento das exportações será maior do que a produção, ou seja, a inserção do agro brasileiro no mundo irá se intensificar. As exportações desses produtos somaram US$ 38,5 bilhões em 2009, cerca de 50% da pauta exportadora.
De acordo com o diretor geral do Ícone, a expansão do setor agrícola traz desenvolvimento regional para o Brasil. “Não existe forma mais rápida de promover a economia local de cidades distantes dos grandes centros consumidores do que por meio da produção agropecuária e florestal. Sem ignorar os problemas, salta aos olhos o desenvolvimento de diversas cidades que deslancharam com suas economias baseadas no agronegócio e seus empreendedores”, afirma o palestrante.
Conforme projeções do diretor geral do Ícone, em 2030 o Brasil deverá ser do tamanho dos Estados Unidos no mercado internacional de produtos do agronegócio. “Os números comprovam duas coisas: que o aumento da inserção internacional do agro brasileiro é um caminho sem volta e que o setor continuará sendo um dos mais dinâmicos da economia brasileira”, destacou.
Outro fator avaliado pelo engenheiro agrônomo é a industrialização do setor, principalmente regiões como Mato Grosso. Segundo ele, o sistema acaba que atraindo novos investimentos e oportunidades financeiras em frigoríficos, fábricas de ração, estruturas de armazenagem, indústrias de processamento, infraestrutura de transporte, etc. Para ele, a única forma possível de frear o crescimento do setor é frear a demanda mundial por produtos agroindustriais.
Na sua avaliação aos produtores do Médio Norte de MT, é que preciso pensar em como nos conduziremos neste longo caminho até 2030, maximizando os benefícios da expansão para a sociedade, e não só para quem produz, e minimizando os impactos no meio ambiente. “Explorar as vantagens comparativas do agro brasileiro é uma condição para o desenvolvimento sustentável do Brasil, e não uma condenação, como dizem alguns. Legislação inteligente e novas tecnologias certamente fazem parte da solução”, afirmou André Nassar.
O evento faz parte da programação das cidades sojicultoras pertencentes ao corredor da rodovia BR-163. O evento é uma realização da Aprosoja e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar/MT), vinculado ao sistema Famato.
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