Frigoríficos no Brasil estão conseguindo ampliar escalas de abate para atender o aumento da demanda, tradicionalmente mais firme no início do mês e no domingo de Dia das Mães.
"Os frigoríficos fizeram mais compras de boi e conseguiram ampliar escalas para até cinco ou seis dias. Há pelo menos seis meses que não se faz uma escala assim, afirmou Alex Lopes da Silva, analista da Scot Consultoria.
Com a fraca oferta de animais prontos, a disponibilidade do boi gordo nos últimos meses era suficiente para cobrir apenas dois a três dias de abate dos frigoríficos, um cenário que vem mantendo o valor da arroba sustentados no mercado interno.
A dúvida agora é saber se o aumento da oferta é pontual ou se o setor entra de fato na safra, observou Silva. Ele acrescenta que ainda são necessárias mais algumas semanas até que se tenha um cenário mais claro. Mesmo assim, os preços seguem sustentados.
Os valores de referência em São Paulo variam entre R$ 101,50 a R$ 102,50 por arroba. Abaixo destes valores, o mercado trava, afirmou Silva.
Tradicionalmente, a partir de fevereiro, os preços costumam recuar, por conta das chuvas que retornam e melhoram a condição das pastagens no País.
O analista da corretora Pasturas, Fernando Penteado, observa que foram comercializados mais bois no mercado, depois da lentidão vista em março.
Frigoríficos fecharam escalas maiores com expectativa de consumo maior no Dia das Mães e querem comprar mais bois, disse. Mas ele observou que não há grandes quantidades de animais, por isso, os preços seguem sustentados.
Quando os frigoríficos abaixam a oferta em R$ 1, não conseguem comprar, afirmou. O jogo está na mão do produtor, acrescentou.
O analista ressalta que a expectativa do setor agora será com o clima na tentativa de vislumbrar o cenário na entressafra. Em tese, o período de confinamento dos animais se inicia em maio, quando as chuvas diminuem, os pastos perdem vigor e os animais são confinados para engorda.
Este é um assunto muito discutido, afirmou. Por ora, diz ele, o preço para o contrato futuro para entrega em outubro na BM&F, em torno de R$ 105, não estimula o confinamento.
Penteado avalia que se o confinamento crescer, será mais pela expectativa de que os preços voltem a US$ 115- US$ 120 por arroba, níveis testados em novembro do ano passado.
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