Depois de ser abandonado pela mãe com apenas três dias de vida, há quase duas semanas, o bebê ficou 11 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratar de uma infecção. Para liberar a criança, nesta sexta, o hospital exigiu a presença da tia. Para evitar o assédio da imprensa, ela optou por deixar a criança sair do hospital nos braços de uma conselheira tutelar. Pouco depois, a criança foi entregue à família.
De acordo com o pediatra Antônio Rua, quando chegou ao hospital, a criança estava desnutrida e pesava cerca de 2,5 kg. Ela ganhou 460 gramas nos dias de internação. Como o parto não foi feito em hospital, ela não tinha tomado vacinas e feito os exames aos quais os recém-nascidos são submetidos.
A criança deve continuar tomando uma medicação ainda por duas ou três semanas. “Ela sai daqui bem. Ainda tem alguns cuidados que a tia vai ter que ter, mas sem dúvida vai evoluir muito bem. Ela tem todas as chances de ter uma vida normal daqui para frente”, disse Rua.
O oficial de Justiça Reginaldo Guglielmetti, que também esteve no hospital, afirmou que ainda nesta sexta-feira fará uma citação para destituir do pátrio poder da mãe de Maria Eduarda, Rosineide de Sales Lins, de 39 anos. Na quinta-feira (27), ela voltou a prestar depoimento e negou que tivesse a intenção de matar a criança quando a deixou dentro de uma caçamba. Ela disse que abandonou a criança porque teve medo de perder o emprego.
Rosineide, que está na Cadeia Pública Feminina de Santos, contou ainda à polícia que deu à luz sozinha no almoxarifado da clínica onde trabalhava. Ela foi presa e indiciada no último sábado (23) por tentativa de homicídio e abandono de incapaz.
De acordo com o Conselho Tutelar, a guarda da criança deve ficar com a tia, mas ela terá que solicitar posteriormente a guarda permanente do bebê. O vigia Miguel Lemos Ribeiro, que diz ser pai da menina, já teve material genético colhido para exame que comprovará ou não a paternidade.
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