Por fusão, JBS e Bertin devem vender unidades em MG e GO
A Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico), do Ministério da Fazenda, pediu ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que condicione a venda de unidades de abate da JBS-Friboi ou da Bertin em Minas Gerais e Goiás para que a fusão dos dois frigoríficos seja aprovada.
A operação, anunciada em setembr o do ano passado, criou a maior empresa de carnes do mundo.
Em parecer divulgado nesta sexta-feira, a secretaria afirma que a concentração de mercado gerada em relação ao abate e à carne in natura pode ameaçar a concorrência nos dois Estados, onde as duas empresas são as principais.
A Seae identificou a possibilidade de exercício unilateral de poder de mercado em decorrência das sobreposições geradas. Nos dois mercados, o exercício de poder de mercado foi considerado provável, uma vez que as eventuais entradas de novos concorrentes não parecem ser suficientes e que a operação prejudicou as condições de rivalidade preexistentes, afirmou.
A recomendação da secretaria é que sejam vendidas unidades de abate de um dos dois frigoríficos que correspondam pelo menos ao tamanho do negócio da Bertin nos dois Estados.
A Seae é responsável por fazer a instrução dos processos e envia ao Cade uma recomendação. Cabe ao conselho julgar as operações e ele não necessariamente seguirá as recomendações da secretarias. O Cade não tem prazo para levar o processo a julgamento.
OPERAÇÃO
A JBS-Friboi anunciou a fusão com a principal rival brasileira Bertin em setembro do ano passado e, com isso, criou a maior empresa do setor de carnes do mundo.
A JBS terá 60% e a Bertin 40% da nova empresa. No mesmo dia, anunciou a compra da norte-americana Pilgrims Pride, entrando no setor de aves.
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