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Cidades
Domingo - 01 de Maio de 2011 às 10:00
Por: Tania Rauber

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Quinze anos se passaram, mas para as mães que viram seus filhos sair pela porta de casa e não voltar mais, esse dia nunca sairá da memória. É o caso de Odilza Sampaio, mãe de Marcos Henrique e Wellington Sampaio, desaparecidos desde 1996. 

Marcos Henrique, na época com 19 anos, Vilmar da Silva Fernandes, 16, e Ed Nelson Soares, 16, foram sequestrados no mesmo dia. Os corpos deles nunca foram encontrados. Um ano depois, Wellington Sampaio, irmão de Marcos, também sumiu. 
 
Desde essa data, Odilza vive uma peregrinação em busca de Justiça e promete não descansar enquanto não saber o que realmente ocorreu com os filhos. “A cada ano que passa, é um pedaço de mim que é cortado, mas não vou desistir”.
Quando decidiu encabeçar o movimento de luta por Justiça pela morte dos jovens - 29 assassinados e 4 desaparecidos -, Odilza sabia que encontraria muitas dificuldades e que não seria fácil. Realmente, não foi. 
 
Nestes 15 anos, ela viu muitas mães desistirem no meio do caminho por perderem as esperanças ou por medo. “As mães que conseguiram enterrar os corpos dos filhos me disseram que não podiam mais fazer nada, não tinham para quem recorrer. Além do mais, elas não podiam correr riscos porque tinham outros filhos para criar”.
 
Por 2 anos, Odilza teve que ser escoltada por policiais. Mesmo correndo risco, ela não se intimidou e seguiu a caminhada sozinha, na esperança de descobrir onde foram desovados os corpos dos filhos e poder velá-los e enterrá-los. “Eu tenho fé em Deus que vou conseguir e que a Justiça será feita”.
 





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