Ele passou para o travesti medicamento que dopou vítima de latrocínio
Polícia localiza balconista que vendeu "clonazepan"
O balconista da farmácia que vendeu o tranqüilizante "clonazepan" ao travesti Huanderson Barbosa Moura, o "Sandi", de 18 anos, poderá ser indiciado pelo crime de formação de quadrilha. Com o medicamento, o travesti dopou o empresário Martin Pompeu de Barros, de 48 anos, e o matou junto com seu comparsa, por asfixia.
O medicamento pertence a uma classe farmacológica conhecida como benzodiazepinas, que possuem como principais propriedades inibição leve das funções do sistema nervoso central, alguma sedação, relaxamento muscular e efeito tranquilizante. O clonazepan mais conhecido no mercado é o "Rivotril".
O balconista foi ouvido na sexta-feira pelo delegado Silas Caldeiras a respeito da venda do medicamento, que é de tarja preta. Huanderson e seu companheiro Rômulo Victor Cardoso de Melo, o "Marcelo", de 20 anos, foram presos em flagrante pelo latrocínio.
Eles também roubaram a caminhonete S-10 do empresário, que seria vendida por R$ 5 mil para que o travesti colocasse uma prótese de silicone nos seios.
Segundo o chefe de operações da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DERRFVA), policial civil Wlademire Lima Barros, o travesti contou que esteve na farmácia, no bairro Doutor Fábio, em Cuiabá, onde conseguiu comprar o medicamento e ainda foi orientado como usá-lo.
Barros não forneceu detalhes do depoimento, mas adiantou que o balconista foi prestar esclarecimentos. Caso haja provas de que teve uma participação no crime, ele será indiciado por formação de quadrilha.
"Não sabemos quantas vezes esse medicamento foi vendido dessa forma", frisou o policial.
"Zero Quilômetro"
O travesti e seu companheiro foram presos horas depois do latrocínio ocorrido na quarta-feira à noite.
Segundo policiais que participaram da prisão, a dupla planejou abordar o primeiro cliente que chegasse com uma S-10. O travesti fazia ponto na região de prostituição conhecida como "Zero Quilômetro", em Várzea Grande. Os assassinos afirmaram que não conheciam o empresário.
O travesti e seu parceiro, então, montaram o esquema para roubar uma picape. Depois de entrar com o cliente no Motel Classe A, Sandi colocou o medicamento na cerveja que a vítima bebeu.
Depois que a vítima dormiu, Sandi imediatamente acionou o comparsa, que chegou no motel com um moto-taxista. Rômulo asfixiou a vítima com um travesseiro.
Depois disso, os dois colocaram o corpo no carro e o jogaram na região do Barreiro Branco, onde foi localizado no início da manhã de quinta-feira.
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