A Defesa Civil de Alagoas divulgou, na manhã deste domingo, o mais recente boletim sobre as chuvas que caem no Estado há quatro dias consecutivos. Os temporais que atingem cidades da zona da mata e do litoral já deixaram 3.674 pessoas desabrigadas e cinco cidades decretaram situação de emergência.
De acordo com o boletim, uma criança de seis anos morreu e cinco ficaram feridas durante um deslizamento de uma barreira sobre uma casa na cidade de São Luiz do Quitunde, na sexta-feira.
Além de São Luiz, Jundiá, Novo Lino e São Miguel dos Milagres também decretaram situação de emergência. Nelas, o aumento do nível dos rios ameaça as cidades. Em São Luiz e Matriz de Camaragibe (que ainda não decretou situação de emergência), o rio Camaragibe cobre parte dos municípios. Com ruas alagadas, em São Luiz, as pessoas são obrigadas a andar de canoa. Em Matriz, o rio chega próximo a um colégio municipal.
O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) deve sobrevoar, ainda hoje, as cidades atingidas pelas enchentes. Nesta segunda-feira, o secretário de Defesa Social, coronel Dário César, convocou uma reunião de emergência com a Defesa Civil, para traçar estratégias contra as enchentes.
De acordo com o professor de Meteorologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Carlos Molion, as chuvas que caem no Estado fazem parte de um fenômeno climático raro, não registrado em Alagoas nos últimos 30 anos: tempestades tropicais que se deslocam da África Equatorial em direção à costa brasileira. Elas estão afetando e continuarão a afetar, nos próximos dias, principalmente as regiões litorâneas.
"Quando as chuvas de inverno chegarem, dentro de duas a três semanas, e se forem fortes como se prevê, a situação nas áreas de risco em Maceió e de outras cidades pode se agravar muito", afirmou Molion. "Essas tempestades tropicais vindas da África Equatorial castigam a costa nordeste brasileira, onde se concentra a maior parte da população da região. Somando as populações das capitais litorâneas, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju e Salvador, além de Fortaleza e São Luís, temos uma concentração de 12 a 13 milhões de habitantes que serão duramente afetados", concluiu.
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