Em uma entrevista por telefone à rede de televisão italiana "Sky TG24", Martinelli pediu "respeito" a Kadafi pela perda de seu filho, cuja morte os rebeldes líbios tacharam como "mentira" e "propaganda".
"Sim, o filho de Kadafi está morto e também a rede de televisão e a rádio líbia o confirmaram", disse o vigário apostólico de Trípoli, que explicou que esteve em uma espécie de necrotério improvisado onde comprovou que, além do corpo de Saif al Arab, havia os de três crianças e de mais um adulto.
"Se são netos (de Kadafi) eu não sei, mas que são crianças. Havia também um adulto, mas não sei de quem se tratava. A televisão líbia não disse nada a respeito. Falou claramente sobre o filho, Saif al Arab", acrescentou.
Segundo Martinelli, que permanece em Trípoli desde o início dos conflitos na Líbia, os mortos eram todos civis, "portanto não se pode falar que se tratou de um alvo militar claramente".
"Eram civis e, portanto, repito: fomos ver a casa, destruída por estes mísseis, e depois fomos a uma espécie de necrotério. Lá nós rezamos", disse o vigário apostólico na capital líbia.
"Um imã presente fez todo um discurso sobre o que é esta barbárie e este ataque, que matou inocentes. Foi uma visita muito emotiva, mas sentimos que as pessoas que estavam ao nosso redor, de uma parte, condenavam (os fatos) e, por outra, nos agradeciam por este gesto de solidariedade na dor", acrescentou.
Por isso, Martinelli pediu à Otan, que dirige os bombardeios da coalizão sobre a Líbia para fazer cumprir a resolução 1973 da ONU, que mostre um gesto de "civismo" para demonstrar que não só provoca "barbárie", e ofereça uma "trégua" a Kadafi.
"Com todo o coração, por favor, em respeito à dor do pai pela perda do filho, deem um momento de trégua porque este aumento de bombardeios abalou os ânimos de uma forma desumana", disse o vigário apostólico.
Martinelli, além disso, se referiu aos ataques sofridos por várias embaixadas nas últimas horas em Trípoli como possível represália ao bombardeio da Otan.
"Da embaixada italiana, vi sair fumaça. Tive confirmação direta da embaixada britânica e, me parece, que também da americana, mas diretamente não posso dizer nada", declarou.
O porta-voz do governo líbio, Moussa Ibrahim, disse ontem à noite que o filho mais novo de Kadafi e três dos netos do líder líbio morreram por causa de um bombardeio da Otan.
Por sua vez, os rebeldes classificaram hoje essa informação como "uma mentira" por parte do regime de Kadafi com o objetivo de pressionar a Otan para que interrompa seus ataques sobre a capital Trípoli.
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