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Política
Segunda - 02 de Maio de 2011 às 09:48
Por: Romilson Dourado

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Dois empresários, vice-prefeitos das duas maiores cidades mato-grossenses e que agora se vêem diante de desafios enormes como chefes do Executivo. Chico Galindo (PTB), em Cuiabá, enfrenta problemáticas que vão desde a máquina inchada à falta de planejamento e de recursos para tocar obras. Em Várzea Grande, Sebastião dos Reis, o Tião da Zaeli (PR), "herdou" o caos administrativo. Mesmo assim, ambos preferem o silêncio a abrir a caixa preta cheia de irregularidades. Eles vão pagar caro, com enterro político.

Os problemas das duas cidades são comuns aos de outros municípios, mas se agravam por causa das ingerências administrativas. O curioso é que os sucessores evitam confitos com aliados que estavam antes no cargo. Assim, preferem omitir, assumir para si os pepinos a se indispor com ex-prefeitos. Galindo descobriu uma série de irregularidades praticadas pelo ex-prefeito Wilson Santos, de quem foi vice e secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão. Publicamente, o petebista não comenta o assunto e nem tomou iniciativa de acionar órgãos fiscalizadores para agir em defesa do patrimônio público.

As obras do PAC, tão alardeadas por Wilson, se tornaram uma fraude. Quando nem 10% tinham sido executadas, a Justiça mandou paralisar os projetos por causa de indícios de irregularidades. Nenhuma das principais obras da gestão tucana foi concluída com a perfeição prometida. Todo esse ônus caiu sobre as obras de Galindo, que segue administrando do seu jeito.

Ele sonha, por exemplo, em asfaltar todos os bairros da Capital em um ano e diz até possuir planos A, B e C para isso. Reclama da falta de receitas e busca cortar gastos. Galindo será mais um a pagar com o "enterro" de seu futuro político por assumir "pepinos" alheios, não demonstrar autonomia e nem impor novo ritmo administrativo desvinculado da gestão anterior. O sonho da reeleição já se foi.

   Coragem

Tião da Zaeli tomou uma postura mais corajosa. Mesmo que tardiamente, se distanciou do prefeito afastado Murilo Domingos (PR) e mantém a "política da boa vizinhança" com o presidente João Madureira (PSC), que assumiu a prefeitura por alguns dias. Por razões estratégicas, não quer romper com Madureira, pois trata-se do parlamentar que conduz as ações no Legislativo e teme reação. O novo prefeito tenta "depurar" a folha de pagamento e começou a tomar decisões consideradas impopulares e que contrariam grupos políticos. O seu maior desafio vai ser mesmo buscar a reeleição no próximo ano como um anti-Murilo, anti-Madureira e anti-Campos. Resta saber se haverá tempo para conseguir essa desvinculação política.
 





Fonte: RD News

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