No Brasil não existe pena perpétua, diz Alexandre ao defender Delúbio
Atingido diretamente pelo desgaste envolvendo o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-deputado estadual e membro da Executiva Nacional, Alexandre César, admite ter votado favoravelmente ao retorno do petista. “Todos os membros da nossa chapa, O Partido que Muda o Brasil, votaram pelo retorno dele. Acreditamos que o companheiro já pagou pelos fatos atribuídos a ele”, avalia Alexandre.
Pivô do escândalo do Mensalão, Delúbio foi refiliado ao PT com 60 votos favoráveis e 15 contrários. A reunião do diretório nacional foi realizada neste final de semana, mais de 5 anos após a expulsão do ex-tesoureiro. “No Brasil não existe pena perpétua. O Delúbio já está há muito tempo afastado”, defende o ex-deputado.
Alexandre sustenta que, no âmbito partidário, não há questionamentos sobre a conduta de Delúbio. Ele pondera que cabe agora ao STF (Supremo Tribunal Federal) apreciar o processo sobre o mensalão na esfera jurídica.
“Do ponto de vista partidário, a tese de compra de apoio no Congresso parece desprovida de fundamento”, avalia. Segundo ele, o equívoco da cúpula do PT, incluindo Delúbio e o então presidente José Genoíno, foi a transferência de verba para financiar as campanha do partido. “Houve uma negociação eleitoral equivocada, mas que não condiz com a compra de apoio de parlamentares no Congresso”, afirma.
O próprio Alexandre reconhece ter acumulado desgastes devido à decisão da legenda. Em 2004, ele perdeu no segundo turno a corrido à cadeira de prefeito de Cuiabá para o tucano Wilson Santos. O diretório nacional apostou todas as fichas na vitória e autorizou gastos que depois não foram quitados.
Ao TRE Alexandre declarou dívidas de R$ 964 mil, enquanto em 2005 assinou documentos confirmando um débito superior a R$ 3 milhões. “Fui prejudicado, tanto que temos buscado ajuda do diretório nacional para resolver este problema. Perante à Justiça Eleitoral, o próprio Genoíno e Delúbio reconheceram que tinham assumido o compromisso, em nome do diretório nacional, de saldar a dívida”, aponta.
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