Lideranças do DEM compareceram em peso ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para a posse do deputado federal Rodrigo Garcia (DEM) na Secretaria de Desenvolvimento Social do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
"Este é um ato político de reafirmação de um casamento partidário", disse José Agripino Neto (DEM-RN), resumindo o espírito do evento, que teve a participação de centenas de políticos e lotou a hall central do Bandeirantes.
"O Brasil precisa de oposição", arrematou Agripino, como uma resposta à redução do número de parlamentares oposicionistas no Congresso na atual legislatura.
Alckmin aproveitou a presença do ex-vice-presidente Marco Maciel (DEM) para relembrar a aliança com o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Esta é uma aliança natural no Brasil. Temos um pensamento comum para o país e exercemos uma oposição fiscalizadora", disse o governador, para quem na eleição municipal do ano que vem "respeitando as singularidades de cada município procuraremos caminhar juntos".
Antes dele, Agripino já pregava no evento sobre as próximas eleições: "Onde o PSDB for mais forte o DEM vai apoiar e queria que onde o DEM fosse mais forte o PSDB apoiasse".
O ato soou como uma resposta às declarações da semana passada, quando Alckmin e Fernando Henrique admitiram o debate sobre a fusão entre PSDB, DEM e PPS. Nesta tarde, líderes democratas e o próprio Alckmin negaram que o assunto estivesse em discussão.
"São caminhos diferentes, não é o mesmo partido. O caminho neste momento é o de uma boa e forte aliança", declarou o governador. Para Rodrigo Garcia, a fusão "não está em pauta".
Depois de perder Kassab e o vice-governador paulista Guilherme Afif Domingos, o DEM teve mais uma baixa na noite de domingo, com o anúncio do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, em direção ao PSD. A legenda já atraiu mais de 30 deputados e cinco vices-governadores, de várias siglas.
Segundo o líder da bancada do DEM na Câmara dos Deputados, ACM Neto (BA), o partido já esperava a saída do governador por ele pertencer ao grupo do ex-presidente do partido Jorge Bornhausen, também de Santa Catarina, que ajudou Kassab a criar o PSD.
"O DEM é maior que um Estado apenas, não é a saída dele (Colombo) que vai definir o futuro do Democratas", disse ACM Neto.
Com a saída de Colombo, restou ao DEM apenas o governo do Rio Grande do Norte, com Rosalva Ciarlini.
No governo de São Paulo, Alckmin retirou a secretaria do Desenvolvimento Econômico de Guilherme Afif e o substituiu pelo deputado estadual Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que até agora ocupava a pasta do Desenvolvimento Social.
No PSDB, seis dos 13 vereadores tucanos de São Paulo deixaram a legenda, inclusive um dos fundadores do partido, Walter Feldman, que ainda não anunciaram seu destino político.
A disputa entre os dois grupos de tucanos vem desde 2008, quando Feldman e os vereadores apoiaram Kassab para a prefeitura de São Paulo e não seguiram a candidatura de Alckmin.
Na última sexta-feira, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afastou a possibilidade de crise na legenda, saiu em defesa de Alckmin e atacou o PSD de Kassab, acusando a nova legenda de praticar ética discutível e adesismo.
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