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Economia
Terça - 03 de Maio de 2011 às 13:35

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O Itaú Unibanco informou hoje que vê um cenário de leve deterioração nos níveis de inadimplência nos próximos meses, como reflexo das novas condições macroeconômicas após as medidas do governo para diminuir a velocidade do crédito.

A expectativa da direção do banco é de um aumento entre 0,2 e 0,3 ponto percentual no índice de atrasos superiores a 90 dias, que fechou março em 4,2% - estável na comparação com dezembro.

Diante da tendência, o banco elevou em R$ 527 milhões sua provisão complementar aos créditos de liquidação duvidosa. A piora dos calotes já é percebida no nível de atrasos superiores a 60 dias, cujo índice subiu 0,3 ponto percentual no primeiro trimestre, chegando a 5,3%.

Na carteira de pessoa jurídica, a inadimplência - considerando os atrasos superiores a 90 dias - subiu de 2,9% para 3,1% de dezembro para março, na contramão da queda - de 5,8% para 5,7% - no segmento de pessoa física.

O desempenho é atribuído a uma maior participação de micro, pequenas e médias empresas - onde os índices de inadimplemento são mais altos - na composição dos empréstimos.

Em teleconferência com jornalistas sobre os resultados do banco no primeiro trimestre, Rogério Calderón, diretor corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco, disse que as medidas macroprudenciais adotadas pelo governo para frear o crédito já se refletem no recuo da originação de empréstimos em algumas linhas, como o financiamento a veículos.

Em três meses finalizados em março, a carteira dos financiamentos à compra de veículos cedeu 0,4%, para R$ 59,85 bilhões. No período, as novas concessões de financiamento e leasing de veículos somaram R$ 6,25 bilhões, uma baixa de 31,4% em relação ao trimestre anterior.

O volume originado foi bem menor no trimestre do que vinha sendo até então, disse Calderón, que lembrou, no entanto, que o movimento acontece no sistema como um todo, sem prejudicar a participação de mercado do banco no segmento.

O executivo reiterou a meta do banco de expandir o crédito entre 16% e 20% no ano, um pouco acima do plano do governo de trazer o aumento dos empréstimos no país para 15%.

Em 12 meses finalizados em março, a carteira de crédito do Itaú Unibanco cresceu 21,9%, chegando a R$ 344,85 bilhões, incluindo avais e fianças na conta. A previsão do banco para o ano leva em conta um crescimento da economia do país em 3,6%.

Banco Postal

Calderón informou que, antes de tomar uma decisão sobre a participação no leilão, o banco ainda avalia as condições da licitação para a prestação de serviços em agências dos Correios, o chamado Banco Postal. Calderón, contudo, manifestou o interesse do Itaú Unibanco em participar do certame.

(Eduardo Laguna | Valor)






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