Marina reuniu-se nesta terça-feira com o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, que teria manifestado o desagrado do governo com a proposta de reforma.
"Não há consenso com a sociedade e não há consenso com o governo até agora", disse Marina, ex-ministra do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Aparentemente acata algumas questões apresentadas pela sociedade, mas é só aparentemente, porque é cheio de pegadinha", afirmou ela, que defende o adiamento da votação do texto na Câmara.
A ex-senadora criticou a linguagem vaga de alguns pontos da proposta, como a que delimita faixas de preservação nas margens de rios, e a que permitiria que Estados e municípios declarassem áreas para a produção agrícola como de interesse social, autorizando desmatamentos.
A nova versão do texto de reforma foi apresentada na segunda-feira pelo relator Aldo Rebelo (PcdoB-SP). A atualização do Código Florestal é buscada há mais de uma década e pode ser votada ainda nesta semana na Câmara.
O deputado Aldo Rebelo incluiu no texto a manutenção de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em topos de morros e ao longo de cursos d"água, mas deixou uma brecha para que agricultores que já utilizam essas áreas não caiam na ilegalidade.
No encontro com Marina, Palocci teria dito que, diante desse texto, o governo não se esforçará para a sua aprovação, afirmou ela.
"Há uma frustração com o que foi apresentado e com o que veio de volta", disse Marina, que classificou como "absurdo" o tempo entre a apresentação do novo texto, feito na véspera, e a previsão de votação na Câmara para ainda esta semana.
(Por Hugo Bachega)
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