Não tem o menor cabimento", diz irmã de Martim Pompeo de Barros, assassinado na semana passada
Família de empresário "repudia" versão da polícia
A família do empresário Martim Pompeo de Barros, assassinado na semana passada, em Cuiabá, discorda da versão apresentada pela Polícia Civil sobre o desfecho do crime.
Segundo a polícia, o empresário, de 48 anos, foi morto após se envolver em um programa com o travesti Huanderson Barbosa Moura, de 18 anos, conhecido como "Sandy".
A versão apresentada pelos delegados Antônio Carlos Garcia e Silas Tadeu Caldeira dá cona de que o travesti e seu parceiro, Rômulo Victor Cardoso de Melo, de 20 anos, arquitetaram roubar o primeiro "cliente" que aparecesse com uma caminhonete S-10. O automóvel seria vendido por R$ 5 mil a um interceptador boliviano.
De acordo com Míriam Pompeo de Barros, irmã do empresário morto, a família não acredita nas informações divulgadas pela Polícia Civil.
"A família inteira repudia essa a versão, não tem o menor cabimento, o menor fundamento... O Martim era uma pessoa íntegra, digna, cheia de vida e acima de qualquer suspeita", afirmou, com exclusividade ao MidiaNews.
Segundo ela, parentes, amigos e conhecidos, como clientes do Vídeo Casablanca, da qual Martim era dono, têm se solidarizado e questionado, também, a versão dos fatos.
"De forma alguma teria se envolvido desse jeito... Temos que saber se houve alguma armação, alguma cilada. Só sei que as coisas não estão muito claras, não aceitamos essa versão. Mais de cem amigos que passaram pelo funeral se solidarizaram e concordaram que não tem cabimento esta história", disse Miriam.
Providências
Bastante abalada com a morte do irmão, Miriam disse que a família está em uma fase de aceitação sobre o que aconteceu. "Foi um choque muito grande, ficamos perdidos", disse.
Ela adiantou que a família tomará, em breve, providências sobre o caso. "Não posso adiantar nada neste momento. Só quero reiterar que o nome dele não será manchado pelo que dizem por aí. Somos católicos, temos fé e sabemos que a verdade irá aparecer", disse.
A irmã do empresário também disse que, em meio ao choque pelo falecimento do empresário, a família preferiu não contestar as versões divulgadas pela polícia.
"Saiu tanta coisa errada que desistimos de rebater... Até entendo que muita coisa foi dita com a intenção de ajudar, mas há fatos que não batem com realidade, pode ter alguma coisa a mais por trás disso", afirmou.
A versão da polícia
Segundo o delegado Antônio Carlos Garcia, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os dois disseram que o empresário teria saído para fazer um programa num motel em Várzea Grande. Segundo ele, a intenção do travesti, no entanto, era roubar a picape junto com o cúmplice. O veículo seria entregue para um boliviano, que tinha como contato um moto taxista. A S-10 seria vendida por R$ 5 mil.
O travesti então planejou o crime. Conseguiu um barbitúrico - composto orgânico para causar sonolência - com um farmacêutico no centro de Cuiabá e colocou na cerveja da vitima.
Segundo a polícia, assim que entraram no motel, o travesti colocou o tranqüilizante na cerveja do empresário. Em seguida, ele foi morto a pancadas na cabeça e, de lá, Marcelo e "Sandi" levaram o corpo ao Barreiro Branco e jogaram o cadáver numa vala, como comprovou o exame de necropsia.
A próxima etapa foi deixar a picape no CPA III, onde o boliviano iria buscá-la, por volta das 8 horas. Ao saber da repercussão do crime, o boliviano teria desistido de levar o automóvel.
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