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Política
Quinta - 05 de Maio de 2011 às 08:34
Por: Kelly Martins

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A Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) instaurou 38 sindicâncias contra juízes estaduais entre o final do último ano e os primeiros meses de 2011 para apurar indícios de desvio de conduta, demora em proferir decisões e atuação de forma parcial. Além disso, 52 procedimentos administrativos foram abertos pelo Pleno para investigar magistrados. Ao todo, o Poder Judiciário conta com 216 juízes distribuídos nas Comarcas de Cuiabá e no interior.

Os números foram confirmados pelo corregedor-geral, desembargador Márcio Vidal, responsável por relatar as sindicâncias contra os juízes, em um levantamento feito a pedido do G1. As denúncias estão mais concentradas no interior do estado, no entanto, as investigações são sigilosas e os nomes dos investigados não foram divulgados.

Um dos casos investigados é contra um juiz da Comarca de Paranatinga, 373 km ao Sul de Cuiabá, suspeito abuso sexual contra crianças e adolescentes no município. Ele foi afastado cauterlamente das funções pela presidência do Tribunal desde agosto de 2010. O magistrado tentou retornar ao cargo, mas o Pleno do Tribunal manteve o afastamento.

A sindicância foi instaurada contra o juiz em fevereiro passado e o relatório deverá ser levado ao Plenário para votação, cujo resultado será pela abertura ou não de um processo administrativo. O corregedor Márcio Vidal disse ao G1 que o procedimento está na fase final e será apresentado durante sessão administrativa, que ocorre uma vez a cada mês.

O corregedor não considera alarmante o número de procedimentos disciplinares e garante que todos os casos estão apurados devidamente. "Todos os procedimentos estão sendo feitos para o andamento das investigações. Alguns casos são considerados mais graves e estão tendo a atenção que merecem. Mas o número de investigações é razoável", ressalta.

O magistrado explica que as investigações contra juízes começam a partir de denúncias à Ouvidoria e irregularidades encontradas pela Corregedoria em correições nas varas e comarcas, entre outras. Após apuração, o corregedor manifesta o voto no relatório e encaminha ao Pleno, que aceita ou não a abertura de processo.

Polêmica
O desvio de conduta levou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a aposentar compulsoriamente, em janeiro do último ano, três desembargadores e sete juízes acusados de participação em desvio de recursos do Tribunal de Justiça para uma cooperativa de créditos ligada à maçonaria. Eles foram reconduzidos aos cargos por força de uma liminar proferida monocraticamente pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). O mérito dos mandados de segurança ainda não foi julgado.





Fonte: Do G1 MT

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