Reunião discute formas de financiamento aos insurgente e isolamento de Gaddafi
Grupo de Contato arrecada R$ 403 milhões para ajuda humanitária à Libia

O ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, anunciou nesta quinta-feira (5), ao final da reunião do Grupo de Contato para a Líbia, que foram arrecadados R$ 403 milhões (US$ 250 milhões) para ajuda humanitária na Líbia diante do grave conflito interno.

- Temos destinados para a ajuda humanitária um fundo de cerca de US$ 250 milhões graças à generosidade de inúmeros países.

O anúncio foi feito em Roma um dia depois que um barco com ajuda humanitária da Organização Internacional para Imigrações (OIM) conseguiu atracar no porto líbio de Misrata, cidade que se encontra sob sítio há dois meses pelas forças governamentais do ditador Muammar Gaddafi.

Inúmeras organizações humanitárias pedem há dias que se facilite a retirada tanto por mar como por terra dos milhares de feridos, assim como de imigrantes que se encontram bloqueados em Misrata.

Mais cedo, o Grupo de Contato sobre a Líbia anunciou a criação de um fundo especial para ajudar os rebeldes líbios do Conselho Nacional de Transição (CNT), em uma reunião que conta com a presença de 22 países e seis organizações internacionais e regionais, entre elas a Organização da Conferência Islâmica, assim como observadores da União Africana e do Banco Mundial.

Rebeldes estão dispostos a realizar eleições municipais

O CNT afirmou que está disposto a iniciar os preparativos para a realização de eleições municipais em seu território, informou durante o encontro Franco Frattini.

O CNT "expressou sua vontade de proceder em seguida à preparação de eleições municipais em seu território com a ajuda da ONU. Essa é uma decisão que mostra sua boa vontade de seguir adiante" no processo democrático do país, indicou o ministro das Relações Exteriores italiano.

O ministro italiano, que exercia o papel de anfitrião do encontro, explicou ainda que existe a intenção de criar uma assembleia nacional de "reconstrução da Líbia", que lance um processo constitucional democrático no país.

Hillary pede que mundo isole Gaddafi

Uma das convidadas para o encontro do Grupo de Contato para a Líbia, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, fez um apelo em Roma à comunidade internacional, pedindo aos países que adotem mecanismos para um maior "isolamento" do ditador líbio Muammar Gaddafi, no poder há mais de 40 anos.

Hillary exortou seus aliados a "apoiarem a transição democrática da Líbia através do processo político", sob a liderança do enviado especial da ONU para a Líbia, o jordaniano Abdel Ilah Khatib.

A chefe da diplomacia americana sugeriu que os governos rejeitem "as visitas dos enviados de Gaddafi, a menos que queiram abandoná-lo ou que discutam seriamente sobre sua saída".

Hillary também pediu aos países que ainda mantêm representações diplomáticas na Líbia a "fechar suas sedes e enviar emissários a Benghazi", bastião dos rebeldes.

- Temos que facilitar a criação nas capitais de todo o mundo de representações do Conselho Nacional de Transição. Já é hora da violência parar, de Gaddafi partir. Que comece a transição democrática.