Sarney diz que mídia enfraquece o poder dos partidos políticos
"O Congresso depois de um mês, dois, três, começa a ser contestado. Os deputados não sabem porque foram eleitos e o eleitor não sabe mais que elegeu o deputado. A partir daí, a mídia e seus instrumentos entram e dizem: não, nós passamos a representar o povo. Esse é o grande desafio do mundo atual, da classe política."
Sarney disse que todos os políticos se queixam da imprensa, mas precisam fazer a "sua parte" ao defender que a liberdade de expressão sirva à democracia sem "desvirtuá-la".
Apesar das críticas, Sarney disse ser contrário a instrumentos de controle da imprensa brasileira. "Até o tempo corrige os equívocos que a mídia corrige. Talvez eu tenha sido o presidente mais criticado da história do Brasil, mas nunca ninguém viu da minha parte nenhuma reação violenta contra isso."
O peemedebista afirmou que a imprensa, as ONGs e a própria sociedade civil tiram "nacos" da atividade política --o que enfraquece os partidos e o Congresso.
"Nós precisamos disputar esse espaço de saber quem representa a opinião pública", afirmou.
O PMDB organizou seminário para discutir novas estratégias de mídia com a presença de marqueteiros americanos responsáveis pela campanha de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos.
O vice-presidente Michel Temer disse que os peemedebistas precisam melhorar sua estratégia de comunicação para que a sociedade conheça as ações do partido.
"Quando você realiza as coisas e não consegue transmiti-la ao grande público, a imagem geral que se tem do partido muitas vezes é negativa. O que o partido faz não chega ao grande público", afirmou.
Para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), os políticos precisam interagir com a sociedade para que sua representação não "caduque". "O nosso problema é como o PMDB, o maior partido do Brasil, dialoga com a sociedade. Cada vez mais a sociedade demanda informações que a mídia tradicional não é capaz de atender."
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