Avalone diz não se sentir constrangido por investigação de CPI
O deputado estadual Carlos Avalone (PSDB), que assumiu nesta quinta (5) a vaga do colega de partido Guilherme Maluf, afirmou não ter motivos para se sentir incomodado com as investigações da CPI das PCHs. Acontece que o tucano é proprietário de cinco usinas, além de representar o segmento da energia elétrica enquanto vice-presidente da Federação das Indústrias em Mato Grosso (Fiemt). "Eu nunca ouvi falar que eu era investigado. Se tivesse uma CPI na Saúde, por exemplo, o Maluf e o Walace (Guimarães), que são médicos, também estariam envolvidos", desconversa.
O próprio Avalone lembra que seu nome já esteve relacionado a investigações anteriores e cita uma proposta de CPI que pretendia apurar a concessão de incentivos fiscais durante a última vez em que esteve na Assembleia, em 2007. O tucano se vangloria de ter sido o secretário de Indústria e Comércio, durante o governo Dante de Oliveira, que mais concedeu o benefício e, mesmo assim, não ter se furtado a assinar o projeto que instaurava a comissão.
No caso das PCHs, ele é enfático ao afirmar que nunca foi beneficiado pelo suposto esquema de favorecimento nas concessões. "Acredito que a grande maioria dos empresários também não foi", pontua. Avalone defende ainda que o surgimento de tantas hidrelétricas de pequeno porte nos últimos anos é um reflexo da homologação da lei que regulamenta a criação delas. "Antes de 1998 não existia nenhuma legislação nesse sentido, por isso que nos últimos 10 anos surgiram tantas PCHs", defende.
Avalone toma posse do cargo afirmando ainda que pretende auxiliar os trabalhos da CPI orientando os deputados que encabeçam a apuração das denúncias com sua experiência em questões mais técnicas. Ele já contesta, por exemplo, o entendimento da comissão de que a autorização para a implantação de qualquer usina, independente de sua capacidade, tenha que passar pelo crivo da AL.
A questão é uma das mais polêmicas do caso, já que colocaria todas as PCHs do Estado em situação irregular. Avalone e o secretário estadual de Meio Ambiente, Alexander Maia, entrentanto, contestam. De acordo com eles, as usinas inferiores a 30 megas estariam liberadas desse procedimento. "Os técnicos de outros órgãos são muito mais preparados que os deputados para avaliar", ressalta Avalone.
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