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Política
Quinta - 05 de Maio de 2011 às 18:42
Por: Kelly Martins

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Novas denúncias de desvio de recursos públicos e ações de improbidade foram oferecidas pelo Ministério Público Federal de Mato Grosso cinco anos depois do escândalo conhecido como a "Máfia das Ambulâncias", descoberta em maio de 2006. A Operação Sanguessuga, deflagrada pela Polícia Federal, à época prendeu diversos parlamentares, servidores públicos e políticos por suspeita de envolvimento na compra de ambulâncias com preço superfaturado em inúmeras cidades do país, principalmente em municípios mato-grossenses. O Estado é o que mais concentra ações civis contra supostos envolvidos no esquema.

A procuradora Ana Carolina Oliveira Tannús, uma das responsáveis para acompanhar o caso no estado, disse que no último ano o Ministério Público realizou levantamento e adotou medidas de saneamento de todos os processos que envolvem a operação e confirmou que denúncias estão sendo encaminhadas à Justiça Federal com o objetivo de responsabilizar os envolvidos. "Até hoje, ao final das investigações, novas denúncias estão sendo oferecidas", declarou. No entanto, não foram divulgados nomes.

Atualmente tramitam na justiça 344 processos para apurar as denúncias e apenas 31 foram julgados pela Justiça Federal de Mato Grosso. Houve ainda 22 condenações. O único parlamentar neste grupo é o ex-deputado de Minas Gerais Cleuber Carneiro (PTB), que foi punido com dois anos de prisão por corrupção passiva e cumpriu pena prestando serviços comunitários. Centenas de outros processos correm em outros estados e também há ações que tramitam em tribunais superiores por conta do foro privilegiado dos suspeitos.

Conforme a denúncia, o esquema de fraude em licitações na compra de ambulâncias movimentou R$ 110 milhões e era comandada por integrantes da família Trevisan Vedoin, dona da empresa Planam, com sede em Cuiabá. O empresário Darci José Vedoin e seu filho Luiz Antônio Trevisan Vedoin são apontados pelo MPF como os principais articuladores no esquema de desvio de dinheiro do Ministério da Saúde para ser repassado aos estados para compra de medicamentos, equipamentos e ambulâncias.

O grupo fazia contato com as prefeituras no sentido de oferecer a entrega das ambulâncias com maior rapidez sem passar pelos trâmites normais. Caso o prefeito concordasse, era negociada com assessores de parlamentares a apresentação de emendas individuais ao Orçamento da União para liberar o dinheiro.

A defesa da família Vedoin e da empresa Planam alega que não houve superfaturamento e que as ambulâncias estariam dentro do preço de mercado. Os advogados partem do princípio de que em algumas ações, a própria Advocacia Geral da União (AGU) afirma que não houve superfaturamento pela existência de inquérito arquivado contra eles.
 





Fonte: Do G1 MT

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