Pelo menos cinco manifestantes morreram nesta sexta em Homs
Governo prende principal opositor na Síria

Um dos principais opositores da Síria, Riad Seif, foi preso nesta sexta-feira (6), em Damasco, informou à AFP o presidente do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman. Os protestos prosseguem no país.

- Ele foi preso depois da oração de sexta-feira, perto da mesquita de Al Hassan.

Vários tanques entraram nesta sexta-feira em Homs, a terceira maior cidade da Síria, ao mesmo tempo em que vários opositores ao regime de Bashar Al Assad se manifestavam em vários lugares do país, desafiando a proibição ditada pelo ministério do Interior.

Cinco morreram

Nesta manhã as forças de segurança do país mataram a tiros cinco manifestantes pró-democracia ao abrir fogo contra um protesto na cidade de Homs. Os participantes pediam liberdades políticas.

Um ativista de direitos humanos que estava na cidade e prefere não identificar-se, diz ter testemunhado a violência.

- Cinco corpos foram recolhidos da área de Bab al-Sibaa. Havia muitos manifestantes feridos. Milhares ainda estão marchando pacificamente em outras partes de Homs.

Cruz Vermelha

Uma equipe da Cruz Vermelha formada por 15 membros conseguiu entrar na cidade síria de Deraa, ao sul do país. A região havia sido bloqueada pelo Exército desde o dia 25 de abril.

Junto com outros organismos internacionais, a equipe chegou com dois caminhões que transportavam 32 metros cúbicos de água potável, e outros dois carregados de pacotes com alimentos, leite e material médico.

Marianne Gasser, chefe da delegação da Cruz Vermelha disse em Damasco que a prioridade é ajudar o povo de Deraa “porque esta é a cidade que foi mais duramente golpeada pela violência".

- Nosso principal objetivo agora é proporcionar assistência médica de urgência assim como ajuda alimentar, e obter um quadro claro de quais são as necessidades humanitárias da população.

A equipe visitou o Hospital Governamental de Deraa, onde se reuniu com o pessoal médico e com alguns pacientes. Lá, lhes disseram que as principais necessidades são leite infantil e remédios para doenças crônicas.

Segundo informaram as autoridades governamentais, na quinta-feira o Exército sírio começou a retirar suas unidades de Deraa “de maneira gradual”

Desde o início dos protestos, em meados de abril, morreram no país 565 civis e mais de uma centena de membros do Exército e das forças de segurança, segundo os últimos dados do Observatório Sírio para os direitos Humanos.