Mato Grosso completa hoje 263 anos
O aniversário Cuiabá, talvez por ser feriado municipal ou por ser mais divulgado com eventos festivos, é sempre mais lembrado pelos mato-grossense do que o do próprio Estado. Para os desatentos, vale lembrar que nesta segunda-feira (09) Mato Grosso completa 263 anos e para para celebrar a data, uma extensa programação vem sendo realizada desde o início do mês deste, em Cuiabá e alguns municípios dos arredores.
Diferente do dia 8 de abril quando a Capital para festejar mais um ano de sua fundação, o aniversário de Mato Grosso não determina feriado. Contudo, faz parte do calendário oficial do Estado, que geralmente realiza eventos comemorativos entre 1º a 9 de maio. As ações, em geral acontecem nas sedes dos poderes estaduais e municipais, corporações militares e nos estabelecimentos de ensino público e privado. A lei é de 2003 do deputado licenciado João Malheiros (PR), atualmente secretário de Estado de Cultura (SEC), apesar do Estado ter sido criado em 1748. Ele defende a expansão das comemorações pela fundação do Mato Grosso. “Temos que resgatar a história e reforçar a cidadania dos mato-grossenses. A lei é também uma forma de despertar o espírito cívico e solidificar os costumes e tradições que marcam a individualidade de um povo. Precisamos ter um momento comemorativo e a data do aniversário é a mais oportuna para fortalecer essa idéia e promover o orgulho de ser mato-grossense”.
Motivos para comemorar existem muitos. Como por exemplo, a escolha para sediar a Copa do Mundo de 2014, destaque no primeiro semestre desse ano como entre os 3 que registraram os maiores superávits no comércio exterior, ficando à frente de São Paulo e Rio de janeiro e atrás apenas de Minas Gerais e Pará entre outras conquistas positivas.
Mas por outro lado, numa proporção bem maior, diversos escândalos públicos projetaram Mato Grosso na mídia nacional, e claro, de forma negativa. Destaque para o caos político de Várzea Grande que por ordem judicial teve 3 prefeitos em 24 horas e 3 trocas de secretariado em 60 dias, incluindo a que o atual prefeito Murilo Domingos (PR) vai realizar nesses próximos dias. Outro fato negativo é a calamidade na saúde com mortes de recem-nascidos em hospitais por contaminação de bactérias, e também por falta de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) como ocorreu em Rondonópolis, mesma cidade que ganhou notoriedade nacional pelo pedido coletivo de demissão de 5 médicos ortopedistas que alegavam falta de estrutura e equipamentos para trabalhar além do salário defasado.
Isso sem mencionar o caos do Pronto-Socorro de Cuiabá que é a "bola da vez" dos noticiários após o Ministério Público Estadual denunciar uma quadrilha de servidores, entre médicos e gesseiros que cobravam para furar a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) em cirurgias ortopédicas, venda de medicamentos e comercialização de receitas controladas. E ainda vídeos que mostram as UTIs neonatal e pediátrica com pias entupidas em meio a esgoto e dejetos humanos, água da chuva escorrendo pelo teto e paredes mofadas e danificadas e por aí vai. As imagens foram divulgadas pelo Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindmed) como forma de forçar uma reforma no local que era recusada pela Secretária de Saúde ao alegar que só faria as obras dentro de 90 dias. Enfim, os escândalos são muitos. O Ministério Público mais uma vez foi acionado.
Apesar disso, a população mato-grossense tida como acolhera e trabalhadora projeta o Estado mundo afora por suas tradições culturais, como o Siriri e o Cururu, pela beleza do pantanal mato-grossense, os encantos de Chapada dos Guimarães, o Festival Internacional de Pesca de Cárceres que acontece até o próximo domingo (15). Artistas plásticos do Estado usando a regionalidade, também têm divulgado Mato Grosso para o Brasil e o mundo. Um bom exemplo é a temporada de exposições que está aberta no Pavilhão das Artes, no Palácio da Instrução. A coletiva Acervo demonstra, por meio do trabalhos de 16 artistas, um pouco da trajetória das artes plásticas de Mato Grosso em mais de 3 décadas. A mostra fotográfica Cuiabá 292 Anos - Imagens da Cidade (com material do livro homônimo) revela uma Capital bastante diferente da que conhecemos hoje pela visão de importantes fotógrafos.
A coletiva é composta por cerca de 50 trabalhos de 16 representativos artistas: Ignêz Corrêa da Costa (1907-1978), Dalva de Barros, Humberto Espíndola, João Pedro de Arruda, João Sebastião, Clóvis Irigaray, Gervane de Paula, Adir Sodré, Carlos Lopes, Benedito Nunes, Vitória Basaia, Jonas Barros, Nilson Pimenta, Conceição de Freitas (1914-1984), Roberto de Almeida e Clínio Moura (1928-2009).
Comentários