Produção mato-grossense está 6% maior, segundo dados Conab
A safra mato-grossense de grãos deste ano está 6% maior em relação ao ciclo anterior (09/10), de acordo com o 8º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na terça-feira. Segundo os números, a produção agrícola passa de 28,85 milhões de toneladas para contabilizar 30,58 milhões, recorde para o Estado. Neste novo levantamento, a Conab revisou para cima os dados apurados, em Mato Grosso, em relação aos números obtidos na sondagem anterior realizada em abril, que previa produção de 29,86 milhões t. Na comparação mensal, abril contra maio, o incremento é de 2,41%. A área plantada teve expansão de 4,1%, passando de 9,11 milhões de hectares (ha) na temporada passada para 9,49 milhões ha.
Se a produção for confirmada, o Estado será responsável por 19% do total nacional desta safra. Conforme a Conab, o Brasil também estará colhendo safra recorde, 159,50 milhões t, volume 6,9% acima do obtido no ciclo anterior.
Apesar do volume histórico, Mato Grosso segue em segundo lugar no ranking dos maiores produtores nacionais de grãos. A liderança permanece com o Paraná, cuja produção deverá ultrapassar 32 milhões de toneladas.
Na vanguarda das exportações do agronegócio, a soja atinge o volume de 20,41 milhões de toneladas colhidas, representando crescimento de 8,76 na comparação com o ciclo anterior e 27,73% da produção total da oleaginosa que será oferta no país, prevista em 73,60 milhões t. Na safra passada, a produção foi de 18,67 milhões de toneladas. Já a área plantada teve incremento de 2,79%, evoluindo para 6,39 milhões de hectares, contra 6,22 milhões/ha em 09/10.
O destaque da safra 10/11, contudo, fica por conta do algodão, que registrou crescimento de 79,26%. A produção passou de 583,5 mil toneladas de pluma, para 1,04 milhão/t nesta safra. A área cultivada teve expansão de 69,01%, saindo de 428,1 mil/ha para 723,7 mil/ha. Em Mato Grosso, o crescimento na área plantada de algodão ocorreu principalmente no plantio de primeira safra.
Já o milho confirmará produção de 7,41 milhões de toneladas, queda de 8,69% em relação ao ciclo anterior (8,11 milhões de toneladas). A área apresenta queda de 5,98%, recuando de 1,99 milhão/ha para 1,87 milhão/ha. De acordo com a Conab, a safrinha de milho começou a ser semeada no início de janeiro, em concorrência direta com o algodão segunda safra.
Cultura em decadência nos últimos anos, o arroz deverá praticamente manter a produção este ano (740 mil/t) com a do ciclo passado (742,7 milhões), recuo de 0,27%. A área plantada, entretanto, terá uma redução maior (-2,60%), conseqüência da falta de estímulo ao produtor e dos baixos preços no final da safra 09/10.
De acordo com avaliação da Conab, O mês de abril foi marcado pela redução das chuvas em quase toda a região central do Brasil, em especial sobre as regiões Centro-Oeste e Sudeste. Essa condição favoreceu a fase final da colheita da soja e foi prejudicial ao desenvolvimento do milho 2ª safra e do algodão. Em Mato Grosso, as regiões que estão apresentando maior déficit hídrico são o Médio Norte e o Nordeste do Estado, onde boa parte das safrinhas de milho e algodão encontram-se em floração - período extremamente sensível à escassez de água.
Por conta do atraso na colheita da soja e o excesso de chuvas durante o período de semeadura, boa parte da lavoura de milho foi estabelecida fora do período ideal recomendado para plantio, ficando comprometida a produtividade desta parcela.
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