Serra defende oposição de qualidade e descarta ida para PSD
Serra admitiu que os oposicionistas atualmente não têm um líder natural.
Questionado sobre a possibilidade de migrar para o PSD, sigla recentemente criada pelo prefeito da capital paulista e seu aliado, Gilberto Kassab, o ex-governador afirmou que qualquer especulação sobre isso é "fofoca".
Segundo ele, a atual crise na oposição tem impedido um posicionamento crítico e fiscalizador em relação ao governo federal.
"Mesmo os eleitores do PT esperam que a oposição atue assim", afirmou.
Serra concedeu entrevista nesta quarta antes de palestrar na capital gaúcha sobre reforma política, a convite da Federasul (Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul).
Ele defendeu mudanças no sistema eleitoral, "que é o ponto mais crítico do contexto político", segundo ele, "porque encarece as eleições, enfraquece os partidos e afasta os eleitos dos eleitores".
O tucano afirmou também estar otimista com a possibilidade de implantação de um sistema distrital nas eleições para vereador, em 2012, nos municípios com mais de 200 mil eleitores.
"Se for introduzido nas eleições para vereador, pode ser um estímulo para mudanças no plano estadual e federal."
Para ele, no entanto, o financiamento público das eleições não seria a melhor alternativa, porque não impediria o financiamento paralelo. "Poderia abrir caminho para uma indústria de deputados".
Após declarar que o governo federal parece "hesitante" e que está sofrendo com "problemas herdados de Lula, como a aceleração da inflação e a desindustrialização", Serra aceitou convite do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), para um café no Palácio Piratini, sede do Executivo do Estado.
Os dois conversaram sobre assuntos gerais e sobre reforma política. A agenda foi solicitada pelo governador, que não pôde ir à palestra.
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