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Economia
Quinta - 12 de Maio de 2011 às 12:02

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O diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) para a Europa, Antonio Borges, descartou nesta quinta-feira que a Grécia precise reestruturar a dívida.

"Existe um programa com o FMI. Queremos que este programa tenha êxito e faremos tudo para conseguir isto", declarou Borges. "Não há um programa milagroso de reestruturação".

"A Grécia pode sustentar sua dívida", afirmou, antes de acrescentar que o FMI deve se manifestar com mais precisão sobre o tema em junho, após a análise das contas gregas por um grupo de especialistas do Fundo, do BCE (Banco Central Europeu) e da UE (União Europeia).

Borges disse ainda que corresponde aos gregos decidir sobre a necessidade de outro programa de ajuda.

"O FMI está sempre disposto a trabalhar com um de seus países membros, caso necessário e se o programa decidido for cumprido. Mas a iniciativa deve vir do governo grego, que não a expressou", disse.

Ao mesmo tempo, o diretor do FMI sugeriu que os gregos coloquem em prática o programa de privatização de 50 bilhões de euros, para aumentar sua "credibilidade" nos mercados.

"Suas dívidas são importantes, mas seus ativos também. O governo grego dispõe de uma carteira de ativos extraordinária, mais importante que muitos outros países europeus".

"Os 50 bilhões que planejam privatizar representam menos de 20% do que poderiam fazer", disse, antes de admitir que privatizar mais "não é fácil".

NOVO SOCORRO

Os rumores de reestruturação da dívida grega se intensificaram na semana passada quando a revista alemã "Der Spiegel" publicou em seu site que o país estuda deixar o euro. A Alemanha é um dos principais partidários da reestruturação.

A Alemanha se recusou na segunda-feira a avalizar um novo pacote de ajuda financeira ao país, afirmando que ainda é cedo para conhecer as reais necessidades financeiras de Atenas.

A agência Dow Jones informou que a Grécia espera obter uma ajuda de 60 bilhões de euros (R$ 138 bi) de seus parceiros europeus até o próximo mês, citando um alto funcionário do governo grego que não foi identificado. Mas um porta-voz do Ministério das Finanças negou.

Segundo a Dow Jones, a Grécia precisaria de 27 bilhões de euros adicionais em 2012 e 32 bilhões de euros em 2013. Propriedades estatais poderiam ser oferecidas como garantia.

"Primeiro, precisamos saber qual é o status; só depois, podemos decidir se algo precisa ser feito e o quê", afirmou a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, em encontro com correspondentes internacionais do qual a Folha participou, em Berlim.

"Não fazemos nenhum favor à Grécia especulando sobre mais ajuda."

Em maio do ano passado, a Grécia fechou um pacote de ajuda financeira de Ç 110 bilhões com a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) para sair da crise. Um ano depois, ainda afundada em dívidas, quer que os credores aliviem os termos do acordo.

Uma missão de FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu está desde terça-feira em Atenas para verificar o cumprimento das medidas de austeridade impostas para conceder o empréstimo.

Esta é uma das condições para que a Grécia receba a próxima parcela da ajuda, de 15 bilhões de euros.






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