PM apresenta a prostitutas e travestis medidas para limpar Zero Quilômetro
Uma situação difícil de mediar. De um lado, moradores varzeagrandeses das regiões próximas ao Zero Quilômetro, e do outro, profissionais do sexo. Uma reunião entre a Polícia Militar e as partes interessadas aconteceu na tarde desta quinta-feira (12) em uma boate com o intuito de “limpar” a imagem do local.
O coronel PM Pery Taborelli apresentou medidas que serão adotadas para a “por ordem” no espaço. A que gerou maior polêmica é a que restringe as áreas que as prostitutas e travestis poderão trabalhar. “Vai ter briga se isso acontecer. Cada um tem o seu espaço aqui, que é conquistado por ordem de chegada. Quando as meninas de outras áreas vierem para cá, vai ser babado, vai ter briga feia”, apontou uma prostituta que preferiu não se identificar.
Quanto a isso, o coronel garante que o policiamento ostensivo evitará os combates. Outra medida apresentada para melhorar a imagem do Zero, é a utilização de roupas mais comportadas por parte das profissionais, que prometeram acatar o pedido. “Vamos usar roupas mais comportadas. Nada de mostrar a genitália, mesmo que o cliente peça”, solicitou Lilith Prado, presidente da Associação Mato-Grossense dos Travestis, aos seus pares.
A Prefeitura de Várzea Grande também promete participar da ‘renovação’ proposta no Zero. Taborelli garantiu que o Executivo municipal irá melhorar a iluminação pública e os muros espalhados pelo local serão pintados com temas da ‘Cuiabania’.
“O Zero Quilômetro é um ponto turístico e nós precisamos resgatá-lo. Em 2007, nós já começamos um trabalho diferenciado aqui que diminuiu muito a criminalidade, mas o local ainda tem essa imagem negativa, que precisa ser melhorada”, argumentou o oficial.
Para o morador do Bairro Potiguá Antonio Silvano Martins, viver na região é muito constrangedor. “Elas (as prostitutas) ficam na entrada do bairro desde cedo. Esses dias, passando pelo local, vi camisinhas usadas jogadas no chão. Elas podem muito bem trabalhar, mas precisam ficar o dia todo?”, questiona.
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