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Cidades
Sexta - 13 de Maio de 2011 às 08:35
Por: Roney Domingos

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A copeira aposentada Antonia Maria de Jesus Santos, de 65 anos, moradora no Jardim Marina, em Itapevi, na Grande São Paulo, lembra como se fosse hoje do dia 13 de maio de 2006 - véspera do Dia das Mães - quando seu filho, Paulo Henrique Gonçalves dos Santos, de 20 anos, foi assassinado com dez tiros a cerca de 500 metros de sua casa.

"Eu ainda comemoro assim... Faço um almocinho por causa dos outros filhos, porque senão", diz emocionada. Antonia afirma que até hoje não sabe quem matou seu filho. " Até hoje não fiquei sabendo de nada. Só queria que Deus fizesse Justiça."

Os ataques do crime organizado em São Paulo completam cinco anos. Desde quinta-feira (12), o G1 publica uma série de reportagens sobre os nove dias que marcaram a história de São Paulo. Entre 12 e 21 de maio 493 pessoas morreram vítimas de crimes violentos no estado. De acordo com estudo divulgado nesta semana, pelo menos 261 dessas mortes tiveram relação com ações de uma facção criminosa.

Na noite daquele sábado, Paulo participou de uma festa de aniversário na casa de uma vizinha. A comemoração acabou por volta das 23h30 e ele fez menção de sair. A mãe ainda o avisou para que não fosse para a rua, por causa das notícias que passavam na televisão naquele dia sobre os ataques a bases policiais. 

Ele estava empolgado, bebendo uma cervejinha, abraçando os irmãos. Aí chegou um rapaz, conhecido dele, chamou ele, dizendo:Vamos descer um pouco ali. Eu falei: Não vai que hoje está passando na televisão esse problema que mataram polícia e eles vão chegar à rua, encontrar vocês e perguntar o que vocês fazem, se é isso se é aquilo.

Assim como os vizinhos, a família de Paulo recebeu um aviso que circulou no bairro segundo o qual ninguém devia ficar na rua depois das 22h "porque iam passar atirando". Segundo Antonia, Paulo ignorou o aviso. "Ele falou: Mãe, mas eu não devo nada para ninguém. Não estou fazendo nada. Ele teimou e foi", conta.

Pouco depois da saída de Paulo, chegou o aviso de que ele e o amigo haviam sido mortos.  "Em um segundo chegou a notícia. Ele tinha levado latinha para ele e outra para o amigo. [Os autores] chegaram em um Kadett cinza e foram metendo bala. A cerveja dele ficou pela metade. As palmas das mãos ficaram feridas porque ele tentou se proteger das balas. Morreu sentado, do jeito que estava conversando com o amigo", diz Antonia.





Fonte: Do G1 SP

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