Pronto-socorro é um inferno, denuncia vítima de descaso
A falta de infraestrutura, de acomodação e de profissionais no Hospital Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSM) deixa pacientes e familiares revoltados. Jair Conceição da Silva, 42, viu o tio de 78 anos morrer após 11 dias de internação a espera por uma cirurgia. Ele fraturou o fêmur e aguardava em uma fila por operação com mais de 120 pessoas.
Segundo o sobrinho de Deolindo Batista Sousa, o tio sofreu uma queda e foi encaminhado para o hospital. No último sábado (07) ele teve uma piora no estado de saúde e foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No domingo, como melhorou, retornou para enfermaria. Dois dias depois, após uma nova piora, a enfermeira teve dificuldades para encontrar o médico e fazer a remoção para a UTI e uma hora depois o tio estava morto.
A história de Jair não teve solução e muitas outras podem ter o mesmo fim se nenhuma providência emergencial for tomada. A agricultora Vanusa Maria da Gama, 48, diz que o difícil não é entrar no Pronto Socorro, mas sim ter que ficar lá dentro e não receber atendimento. Ela acompanha o marido que há 1 mês espera por um cirurgia plástica na perna. Segundo Vanusa, o esposo corre o risco ter perder a perna se não for operado com urgência.
Para Jair Conceição da Silva a situação é humilhante. “Isso aqui é um inferno. Infelizmente precisamos nos sujeitar a esse tipo de atendimento”. De acordo com o sobrinho da vítima, ambulâncias chegam a todo momento e os profissionais até têm boa vontade, mas não existe estrutura suficiente para a quantidade de pessoas.
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