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Política
Sexta - 13 de Maio de 2011 às 19:56

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O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) respondeu por carta a ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, que ontem acusou o Brasil de impor múltiplas barreiras às exportações do país vizinho.

Pimentel escreveu que os temas levantados por Débora Giorgi "vêm sendo e continuarão sendo objeto de discussão bilateral".

Desde terça-feira, os carros que chegam ao Brasil dependem de uma licença prévia para a liberação da guia, o que, até então, era feito de forma automática. A medida pode atrasar a entrada dos produtos em até dois meses.

Em Buenos Aires, a medida foi interpretada como represália às denúncias brasileiras de que alguns produtos, principalmente alimentos, submetidos também ao regime de licenças não automáticas, que demoram para ingressar no mercado argentino.

"Gostaria de ter feito essas considerações por telefone ou até mesmo pessoalmente. Infelizmente, quando tentei ligar ontem (quinta-feira), fui informada que o senhor estava reunido com o embaixador dos EUA e, certamente, as múltiplas ocupações que temos nós ministros o impediram, depois, de retornar a minha ligação", afirmou Giorgi ontem, em sua carta a Pimentel.

Segundo a ministra, no primeiro trimestre do ano as importações do Brasil cresceram 33%, para os US$ 4,7 bilhões, enquanto neste período a balança comercial foi deficitária para a Argentina em US$ 730 milhões.

"Entendo então, ministro, que esta informação é contundente sobre a inexistência de um impacto negativo sobre as exportações do Brasil à Argentina, sem que por isso deixe de reconhecer que pudessem existir exigências pontuais em alguns produtos", assinalou Giorgi.

Pimentel agredeceu a correspondência, mas disse: "No entanto, sobre os pontos levantados pelo governo brasileiro, entendo que é necessário iniciarmos um diálogo construtivo, conforme acordado durante nosso último encontro em Buenos Aires".

A carta de Pimentel foi divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento.

O ministro disse ainda estar à disposição para tratar das questões em um novo encontro, desta vez em Brasília.

A medida adotada na terça-feira pelo Brasil já travou a importação de 2.000 automóveis vindos da Argentina, segundo o jornal argentino "Clarín".

Oficialmente, a mudança foi feita pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para "monitorar o fluxo de importações" do setor, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão.

Segundo a Folha apurou, a medida, no entanto, é uma retaliação do governo brasileiro ao argentino, que dificulta a entrada dos produtos nacionais naquele mercado.

Os dados preliminares para o primeiro quadrimestre indicam déficit para a Argentina de US$ 1,2 bilhão, o dobro do registrado em igual período de 2010, com compras ao Brasil no valor de US$ 6,4 bilhões, com saldo anualizado de 33%.






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