Ele faltou o trabalho por dez dias seguidos e teve o contrato rescindido
Médico que foi detido com pasta-base é demitido

O médico Roberto Wagner Molina de França, de 41 anos, preso na quinta-feira passada, no bairro Pedregal, portando duas trouxinhas de pasta-base, teve o contrato de trabalho com a Prefeitura de Rosário Oeste (128 km ao Norte de Cuiabá) rescindido.

O prefeito Joemil José Balduíno, disse, em entrevista ao MidiaNews, na tarde de ontem(13), que a demissão ocorreu por conta das faltas consecutivas do médico ao local de trabalho.

"Desde o dia dois de maio o médico não comparece ao posto de saúde que ele atendia. Não podemos admitir faltas sem justificativas, ele simplesmente sumiu, por isso está sendo desligado do quadro de funcionários", falou.

Joemil revelou ainda que o desligamento do médico não tem ligação com a prisão e acusação de uso de drogas. "Ele não está sendo desligado por ser usuário de drogas. Sabemos que ele necessita de tratamento, mas não podemos tolerar o não comparecimento ao local de trabalho".

Segundo o prefeito, a ausência do médico causou prejuízos para a população, que teve o direito ao atendimento negado. "O atendimento nos postos de saúde é essencial, e a ausência do médico gerou transtornos para a população".

O médico atendia no Posto de Saúde da Família Nossa Senhora do Rosário e recebia um salário de R$ 9,6 mil mensal. Até a tarde de sexta-feira, a Secretaria de Administração Municipal não havia conseguido fazer contato com o médico para comunicar o desligamento. "Assim que conseguimos falar com ele vamos comunicar o desligamento", disse o prefeito.

Entenda o caso

Policiais militares receberam uma denúncia que havia uma pessoa fazendo uso de drogas dentro de um carro, na região do bairro Pedregal. Ao chegar ao local indicado, os militares encontraram o médico em um Citroën.

No interior do veículo foram encontradas duas porções de pasta-base de cocaína e um cachimbo para consumo (mariquita). Depois de detido, o médico foi encaminhado à Central de Flagrantes, anexo ao Cisc Planalto. Ele foi ouvido e liberado por ser enquadrado como usuário.

A presidente do CRM, a médica Dalva Alves das Neves, disse que foi comunicada sobre o caso e que foi aberta uma sindicância para apurar os fatos.