Os revendedores de combustíveis de todo o país preparam uma ampla campanha para dar transparência à formação dos preços repassados ao consumidor e mudar a imagem dos proprietários de postos de combustíveis, que são vistos pela maior parte da população como os vilões pelo preço salgado cobrado na bomba.
A iniciativa é liderada pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Aldo Locatelli, que esteve em Brasília nesta semana para uma série de reuniões com a formação de uma Frente Parlamentar no Congresso nacional que vai defender os interesses do setor.
“Um dos objetivos da campanha é mostrar que os culpados pela alta dos preços nos combustíveis são os usineiros e não os donos de postos. Vamos preparar cartazes e panfletos para mostrar essa verdade à população”, destacou.
Locatetli quer aproveitar a decisão tomada na semana passada pelo governo federal de determinar a redução no valor do etanol para chamar a atenção da população para tornar mais clara a política de preços praticada pelo setor.
Nos últimos meses, álcool hidratado aumentou 79% e as usinas elevaram o preço do álcool anidro vendidos às distribuidoras em 131%. Segundo ele, as usinas retiveram a matéria que seria repassada aos revendedores de combustíveis e preferiram comercializar açúcar, que seria mais lucrativo.
“O álcool anidro subiu 20% ao mês nos últimos sete meses, enquanto o álcool hidratado subiu 11% ao mês nesse período. Os usineiros nunca assumiram isso. Eles disseram que os donos de postos não tinham motivo para aumentar nas bombas. O que nós fizemos foi achatar o nosso lucro”, salientou.
A Frente Parlamentar, que será presidida pelo deputado federal Wellington Fagundes (PR/MT), já conta com quase 200 assinaturas e deve ser lançada oficialmente na próxima semana.
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