Josino Guimarães foi preso pela Polícia Federal no último dia 9, no município de Rondonópolis, por suspeita de tentar montar uma "farsa" na investigação do caso com o objetivo de impedir que vá a júri popular pelo crime. A data do julgamento ainda não foi marcada. O delegado da Polícia Civil, Márcio Pieroni, responsável pelas investigações do assassinato, também está preso. As prisões preventivas foram expedidas pela 7ª Vara Federal de Mato Grosso.
A defesa do empresário interpôs o recurso no TRF-1 na sexta-feira (13). O advogado Waldir Caldas disse ao G1 que está em Brasília e, apesar do indeferimento do pedido, já ingressou com um novo recurso nesta segunda-feira (16) para tentar libertar o seu cliente.
Investigação falsa
A prisão deles ocorreram após a Polícia Civil realizar no começo de março a segunda exumação do corpo do juiz. A exumação ocorreu após o delegado, então chefe da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá (MT), receber informações de que o juiz estaria vivo. Entretanto, a nova exumação foi suspensa dias depois pela Justiça Federal.
De acordo com nota divulgada pelo Ministério Público Federal, a segunda exumação era para colocar em dúvida que o corpo enterrado no cemitério da cidade de Poconé, a 104 km de Cuiabá, não seria do juiz. Dessa forma, a Polícia Federal abriu uma nova investigação para apurar o caso.
Contudo, o delegado disse em março à reportagem que encontrou novos documentos que não haviam sido localizados à época do crime. Esses documentos, de acordo com a delegacia, geraram dúvidas sobre a morte do magistrado.
Ainda conforme o MPF, Pieroni teria montado uma investigação paralela que seria falsa para tentar levantar suspeitas das provas. “O objetivo era plantar dúvida sobre a morte do juiz, afirmando que ele estaria vivo e morando na Bolívia”, diz trecho de nota do MPF.
Morte
O corpo do juiz Leopoldino do Amaral foi encontrado com dois tiros na cabeça e parcialmente carbonizado em setembro de 1999, na cidade de Concepción, no Paraguai. Na época, a família fez o reconhecimento do corpo. A morte ocorreu após o magistrado denunciar um suposto esquema de venda de sentenças no Poder Judiciário Estadual.
Além do pedido de prisão, o Ministério Público Federal também denunciou Márcio Pieroni e Josino Pereira Guimarães pelos crimes de formação de quadrilha armada, denunciação caluniosa, falsidade ideológica, fraude processual, interceptação telefônica para fins não autorizados em lei, quebra de sigilo funcional e violação de sepultura. Também foram denunciados o irmão de Josino, Cloves Luiz Guimarães, o agente prisional Gardel Tadeu Ferreira Lima, e o detento Abadia Paes Proença.
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