Câmara define membros da comissão que vai investigar Ladeia

A Comissão Especial de Inquérito da Câmara de Tangará da Serra, responsável por apurar denúncias contra o prefeito afastado Júlio César Ladeia (PR), será formada pelo vereadores Melquezedeque Pereira Soares, o Zedeca (PMDB), no cargo de presidente, José Pereira Filho (PT), na condição de relator, e Celso Ferreira (DEM), membro. O republicano é acusado de desvio de verbas federais, superfaturamento e fracionamento de licitações.

A criação da comissão foi aprovada por unanimidade e os membros escolhidos por sorteio. O vereador Paulo Porfírio (PR) foi impedido de votar pela Mesa Diretora. A presidência da Casa entendeu que ele não poderia se manifestar por ter ocupado, até a última quinta (12), o cargo de secretário de Infraestrutura de Ladeia.

O cuidado foi tomado porque há cerca de um mês a Câmara já havia tentado afastar Ladeia. O voto da irmã do prefeito, Vânia Ladeia (PR), suplente à época no exercício do mandato, acabou definindo o resultado que manteve o republicano no cargo. Ela ocupava a vaga de Porfírio e também foi impedida de votar nesta segunda (16). No lugar deles, a terceira suplente Rosangela Cleia Gonçalves Ferrereira (PR) participou da sessão.

Cerca de 1,5 mil pessoas acompanharam, dentro e fora do prédio da Câmara, a sessão que culminou no afastamento de Ladeia por 90 dias, prazo que poderá ser prorrogado por mais três meses, caso seja necessário às investigações. O único vereador que se manifestou contrário à decisão foi Roque Fritzen (PDT). Ele aponta para a existência de denúncias infundadas.

O pedetista também acredita que a cidade pode ser prejudicada com o afastamento do prefeito. "Este entra e sai da prefeitura deixa o município fragilizado. Corremos o risco de perder investimentos dos governos estadual e federal", alega. Segundo ele, o município tem ao menos R$ 30 milhões destinados ao PAC II.