"Durante o dia toda a comissão e os técnicos da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) avaliaram os níveis de radiação. Vamos esperar os resultados, mas o que se pôde constatar é que não há condições para a armazenagem", disse à Agência Efe Pedro Silva, chefe de comunicações da Prefeitura de Caetité, no estado da Bahia.
No domingo, nove caminhões que transportavam o urânio de Iperó, cidade localizada a 126 quilômetros de São Paulo, foram impedidos por manifestantes de entrar em Caetité, onde a carga seria deixada junto à produção local do mineral para embarcar para Europa, para ser enriquecida.
Silva explicou que o material radioativo pertence às reservas da Marinha em sua base de Iperó e foi "emprestado" para completar o "déficit de extração" de urânio na mina de Caetité, a única explorada no país.
Em 2010, segundo a informação, 180 toneladas de urânio foram extraídas, volume inferior às 300 toneladas anuais da mina.
A carga se encontra em um batalhão da Polícia Militar da vizinha cidade de Guanambí e "sem as condições mínimas de segurança para sua armazenagem", disse Silva.
O porta-voz declarou que as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, confirmou que o concentrado de urânio tem "baixa radioatividade".
"O que queremos saber é esse nível de radioatividade", informou o chefe de comunicação.
Segundo uma nota de imprensa da INB, o urânio enriquecido na Europa é utilizado como combustível nas usinas nucleares de Angra dos Reis, e a carga impedida de entrar em Caetité "não é material radioativo", pois se trata de "urânio trabalhado em seu estado natural". EFE
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