USP decreta luto oficial por morte de aluno
Em nota, a reitoria afirmou que uma reunião do conselho gestor do campus foi marcada pela nesta sexta-feira, para reavaliar um plano de segurança, discutido em outra reunião no último dia 3.
No comunicado, a reitoria diz que "medidas já vêm sendo tomadas, há algum tempo, para coibir casos de violência no campus, que, infelizmente, refletem a realidade do entorno em que ele está inserido na cidade de São Paulo".
"Ressalte-se que todo o esforço possível tem sido feito pela Guarda Universitária, apesar de seu caráter estritamente patrimonial, para garantir a segurança dos usuários do campus", afirma no texto.
INVESTIGAÇÕES
O diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), delegado Jorge Carlos Carrasco, afirmou na tarde desta quinta-feira que analisa imagens cedidas pela USP para tentar identificar os suspeitos de assassinarem o estudante.
As imagens mostram dois homens --que a polícia ainda não sabe se são alunos da universidade ou não-- no saguão do prédio da FEA. Uma testemunha, segundo o delegado, viu as imagens e disse que os homens tentaram abordá-la de forma suspeita em um ponto de ônibus perto do prédio também na noite de ontem.
Uma outra testemunha, colega da vítima, também disse à polícia ter visto os dois homens em atitude suspeita nos arredores da FEA. A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio.
REUNIÃO
A reitoria da universidade marcou uma reunião nesta quinta com a direção e estudantes da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) após a morte do aluno no estacionamento do campus.
Na manhã de hoje, um grupo de alunos protestou contra a falta de segurança, fez um minuto de silêncio em homenagem ao colega, e seguiu em passeata até o prédio da reitoria, onde foi entregue uma carta aberta ao reitor, João Grandino Rodas.
"Os casos de violência na USP têm se tornado uma triste constante", afirma o documento, que pede medidas concretas para o problema, como melhoria da iluminação e aumento do número de vigilantes.
Pierre Duarte/Folhapress | ||
Estudantes fazem ato em frente ao prédio da Faculdade de Economia e Administração da USP; veja mais fotos |
CRIME
Felipe Ramos de Paiva, 24, era estudante de ciências atuariais e foi morto com um tiro na cabeça por volta das 21h30 de ontem. Segundo testemunhas, ele foi seguido por uma pessoa após sair da aula. Os dois discutiram.
A assessoria de imprensa da USP informou que o vigia do prédio da FEA ouviu os tiros e correu para o local. A vítima foi encontrada caída ao lado de seu carro --um Passat preto blindado--, que estava com a porta do motorista aberta. Não foi possível socorrê-lo.
Não há informações sobre quem atirou contra o jovem. A USP registrou ao menos cinco casos de sequestros-relâmpagos dentro da Cidade Universitária entre os meses de março e abril.
As bandeiras da universidade foram hasteadas a meio mastro hoje, em sinal de luto pela morte.
O Ministério Público de São Paulo informou nesta quinta-feira que a promotora Mildred de Assis Gonzalez, do 5º Tribunal do Júri, foi designada para acompanhar as investigações sobre o assassinato.
Zanone Fraissat /Folhapress | ||
Aluno da FEA-USP morre após ser baleado na cabeça em estacionamento na Cidade Universitária |
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