Segundo a neta Taís Nolasco, ela se rende a alguns caprichos na alimentação. Pimenta e três dedinhos de vinho são companheiros do dia a dia. Ainda de acordo com a neta, a bisavô adora pãozinho, refrigerante e costuma lanchar à tarde uma empadinha de frango apimentada. “Tudo dela tem que ter pimenta, mas muita pimenta”, disse. O salgadinho é um tipo de tradição, que era comprado na porta de casa e agora o fabricante já acrescenta pimenta para atender a um pedido da cliente, hoje preferencial, segundo Taís. O vinho é só de vez em quando. “ A última que ela tomou vinho foi há dois meses”, contou.
Livro dos récordes
O Guinness, o livro dos recordes, reconheceu Maira Valentim como a pessoa viva mais velha do mundo nesta quarta-feira (18). Ela tem 48 dias de vida a mais que a antiga detentora do recorde, a norte-americana Besse Cooper.
A equipe do Guinness confirmou a data de nascimento de Maria: 9 de julho de 1896. Com isso, Besse Cooper, que ainda está viva, passa a ser a pessoa mais velha na América da Norte.
A mineira morou durante toda a vida na mesma cidade. Maria Valentim se locomove atualmente em uma cadeira de rodas e recebe o equivalente a um salário mínimo para sobreviver (R$ 545,00). A mineira também depende o sistema público para tratamentos, já que a família não consegue pagar seguro de saúde privado.
Ela se casou com João em 1913, mas seu marido morreu em 1946. Teve apenas um filho, quatro netos, sete bisnetos e cinco trinetos. Conhecida como Vó Quita, a mineira parece ter herdado a longevidade do seu próprio pai, que também viveu muito: 100 anos.
Maria Gomes Valentim, de 114 anos, em foto de 11 de março. (Foto: Guinness World Records / AP Photo)
Outros casos
As histórias de outras duas brasileiras, uma no Rio de Janeiro, e outra na Bahia, foram contadas pelo G1 como possíveis casos de pessoas mais idosas no mundo.
O Guinness ainda recebe milhares de reivindicações de outras pessoas ao posto de pessoa mais longeva, mas 99% dos pedidos são rechaçados pela ausência de documentos para prova.
Segundo Craig Glenday, editor-chefe da publicação, o caso de Maria é impressionante, pois trata-se de uma pessoa nascida durante "o reinado da Rainha Vitória e antes da criação da companhia Ford". O Brasil nunca havia obtido sucesso nos pedidos de avaliação anteriores, destacou Glenday.
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