Prefeito considera que déficit poderá ser resolvido se governo assumir o controle da Companhia
Galindo afirma que Estado pode também assumir Sanecap

O prefeito de Cuiabá Chico Galindo (PTB) admitiu, nesta sexta-feira (20), que o município vive uma chance única de passar para o Governo do Estado a responsabilidade da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap).

Em recente declaração, o presidente da autarquia, Aray Fonseca, afirmou que são necessários R$ 577 milhões para quitar dívidas e problemas de distribuição de água. Galindo, em entrevista a Rádio Cidade, lembrou que em administrações anteriores até mesmo contas de energia não foram pagas.

Para o prefeito, à exemplo da gestão que o Estado assumiu nesta semana com as unidades de Saúde - Pronto Socorros e hospitais municipais - em Cuiabá e Várzea Grande, o mesmo deve ser feito com a água na Capital.

"A oportunidade de transferir para o Governo do Estado é única e muitos prefeitos tentaram e não conseguiram. O governador Silval Barbosa tem se mostrado aberto a conversações", disse.

Segundo Galindo, o déficit que a Prefeitura teve com a Sanecap, devido gestões anteriores, já chegou a R$ 100 milhões, número que foi reduzido para R$ 70 milhões, através de negociações. Porém, mesmo com acordos, o prefeito afirmou que no mês passado, por exemplo, mais de R$ 980 mil foi repassado à Companhia, que não sai do vermelho.

Um ponto positivo, mesmo que o déficit não tenha se diluído, de acordo com Galindo, é que na atual gestão, antes assumida pelo ex-prefeito Wilson Santos (PSDB), o número de funcionários passou de 1.600 para 700.

"Temos problemas também quanto ao investimento que é feito na Sanecap, que é praticamente zero e, quando existe, é através de emendas de deputados ou senadores", ponderou o petebista.

Conforme o gestor, para a "troca" de sistemas, precisaria ser investido R$ 200 milhões. A respeito do modelo de gestão a ser implantado na Sanecap, Galindo afirmou que só poderá ser analisado após a finalização do plano de saneamento, que a Capital nunca teve.

"Até junho o plano deve estar pronto e é ele que vai apontar, de uma vez por todas, se o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) vai ajudar, se o Governo do Estado consegue ou não assumir e se apenas a concessão ou privatização é que irá resolver", finalizou.